domingo, 18 de outubro de 2009

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Tupolev Tu-95MS da Força Aérea da Rússia já fora de uso, fotografado em abril de 2009 na Rússia.

Fotógrafo: Sergey Krivchikov - Russian AviaPhoto Team

Barrichello empresta avião particular para Button poder voltar à Inglaterra

Rubens Barrichello emprestou seu avião particular para Jenson Button voltar à Inglaterra na segunda de manhã, visto que o voo do inglês virou dúvida na noite de hoje

O Embraer ERJ-135BJ Legacy, prefixo HB-JEO, do piloto Rubens Barrichello, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Foto: AirSpeed

Campeão ou não, Jenson Button não ia virar a noite de domingo para segunda no Brasil. O inglês iria pegar um avião em Cumbica às 23h (de Brasília), voo da British Airways, rumo ao aeroporto de Heathrow, em Londres. Havia compromissos. Mas um problema na aeronave pôs em dúvida a volta do piloto da Brawn. A solução foi dada pelo companheiro.

Por garantia, Rubens Barrichello decidiu emprestar seu jatinho particular. E conseguiram postergar os encontros de Button para terça, assim Button vai poder comemorar seu título aqui — certamente em meio a muita bebida e farra, digamos assim, apoiada pelo pai, John. Na segunda pela manhã, os Button vão viajar.

Button chegou na quinta posição no GP do Brasil deste domingo (18), à frente de Barrichello, só oitavo. O inglês ganhou seu primeiro título em sua décima temporada na F1, período menor só o do compatriota Nigel Mansell, que estreou em 1980 e foi campeão só 12 anos depois.

Fonte: Warm Up (iG)

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Em SP, Button é campeão da F-1

Plano nuclear brasileiro atrai novos fabricantes

Enquanto o governo dá os primeiros passos para a retomada das obras de Angra 3, fornecedores de equipamentos já começam a se movimentar em busca de contratos para as novas usinas projetadas no País. Autoridades do setor elétrico já receberam a visita de americanos e canadenses e esperam, para as próximas semanas, a chegada de uma delegação russa.

Todos de olho em encomendas que podem superar US$ 24 bilhões até 2030, caso as oito novas usinas saiam do papel.

A expansão do parque gerador nuclear consta do Plano Nacional de Energia, que prevê a construção de quatro a oito usinas até 2030. Segundo o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, cada geradora é avaliada em cerca de US$ 3 bilhões. A empresa trabalha para iniciar as obras em 2012, com a preparação de um terreno no Nordeste para receber as duas primeiras usinas, com início de operações da primeira entre 2019 e 2020.

Há duas semanas, representantes das fabricantes de reatores Westinghouse, dos EUA, e Areva, da França, estiveram em seminário no Rio, mostrando suas novas tecnologias. Os americanos, que já iniciaram trabalho diplomático, planejam abrir escritório no País para acompanhar os projetos de novas centrais. Segundo fontes do setor, negociam ainda parceria com a construtora Norberto Odebrecht, com quem trabalharam na usina de Angra 1.

Já os franceses têm representação brasileira e hoje são responsáveis pelo reator de Angra 3. A terceira grande fabricante de reatores do porte projetado para o Brasil - em torno dos 1 mil megawatts (MW)- a russa Rosatom, chega em breve para apresentar sua tecnologia às autoridades brasileiras. "Não é só o investimento para construção da usina; o escolhido ganha contrato durante toda a vida útil do reator", comenta o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.

O plano brasileiro é apontado pela World Nuclear Association como o sétimo maior programa de expansão nuclear nos próximos 30 anos, com a adição de 8 mil MW, atrás apenas de China, Rússia, EUA, Índia, Inglaterra e Paquistão. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a decisão de construir pelo menos quatro usinas está tomada e só depende de definir a localização e a tecnologia.

A ideia do governo é, a exemplo da compra dos caças da Aeronáutica, condicionar a escolha à transferência de tecnologia. Guimarães diz que um dos objetivos é atingir um índice de nacionalização de 70% - Angra 3 deve ser concluída com 54% das encomendas no País. "Queremos construir aqui grandes componentes nucleares, como o vaso do reator, geradores de vapor e pressurizadores", diz. Os turbogeradores, porém, continuarão sendo importados.

A Eletronuclear trabalha em ritmo acelerado para apresentar ao governo, até o fim de 2010, opções de localização da central nuclear nordestina. Até agora, foram definidos 19 locais numa faixa litorânea entre Salvador e Recife. Mas a Bahia tem restrições ambientais ao norte.

Guimarães evita falar da localização ideal, mas diz que Alagoas vem demonstrando o maior interesse. "A decisão, no fim, será política", destaca o presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Guilherme Camargo. Mas só serão apresentados municípios que seguirem uma lista de requisitos como acesso à água abundante e à rede de transmissão de energia, possibilidade de licenciamento ambiental e áreas com baixa concentração urbana.

Segundo Guimarães, a ideia de construir a central às margens do São Francisco perdeu força. "Essas usinas vão operar até 2100. Não temos garantias de que a vazão de um rio permanecerá inalterada em tão longo prazo." A segunda central, prevista para o Sudeste, tende a ser projetada no litoral norte do Rio ou no Espírito Santo. Não há mais locais disponíveis no litoral de São Paulo nem no litoral sul do Rio, explica.

A localização tem de passar pelo Congresso, o que deve ocorrer no início do próximo governo, prevê a Eletronuclear. Até lá, o debate sobre tecnologia e captação de recursos já terá iniciado.

Fonte: Agência Estado via iG - Imagem: ecodebate.com.br

Os pequenos vão á guerra

Para se tornar potência global, o governo aumenta gastos militares e cria oportunidades de negócios para novas e velhas empresas do setor

O Brasil é reconhecidamente uma das nações mais pacíficas do mundo. Em sua história, participou de apenas dois conflitos armados de grande porte: a Guerra do Paraguai, na segunda metade do século XIX, e a Segunda Guerra Mundial, nos anos 1940. Durante a ditadura, a indústria bélica floresceu, mas foi abandonada com a redemocratização.

Nos últimos anos, porém, esse cenário mudou para apoiar a disposição do governo de fortalecer sua inflência global - o que exige uma força militar de peso. Em 2008, o País gastou US$ 23,3 bilhões com defesa, montante recorde e 5% maior que o gasto no ano anterior. Projeções indicam que esse valor deve aumentar neste ano e que serão ainda maiores em 2010, caso a compra de aviões de caça para a Aeronáutica seja concluída.

Os senhores das armas: Moreira, da Orbisat, com seu radar terrestre (à esq.); Buffara e Klabin, da SantosLab, com seu UAV (acima)
Foto: Fabrizia Granatieri (Agência IstoÉ)


Ao lado, Farina, da Equipaer, com seu lançador de foguetes - Foto: Rogério Albuquerque

Para muitas empresas do setor de defesa, os novos investimentos representaram uma oportunidade histórica de crescimento. É o caso da Orbisat que, embora exista desde 1984, é nova no ramo - entrou no mercado militar em 2005, a pedido do próprio Exército, que precisava desenvolver um radar de vigilância para áreas terrestres.

O trabalho da Orbisat, dona de uma tecnologia de ponta em sensoreamento remoto por radares, agradou tanto que o Exército decidiu ampliar o pedido original de oito unidades para 20 no total. O que começou como uma aventura hoje já responde por um terço do faturamento da Orbisat, na casa dos R$ 60 milhões anuais.

"Em dois ou três anos, deveremos triplicar o faturamento da nossa área de defesa, fornecendo apenas para o Brasil", afirma o presidente da companhia, João Moreira Neto. As ambições militares do governo brasileiro criaram novas perspectivas para empresas que floresceram na ditadura militar. Criada em 1970, a Equipaer beneficiou-se na época da venda de lançadores de foguetes para aviões e helicópteros da Força Aérea, mas entrou em crise nas duas décadas seguintes.

Por pouco não fechou e, agora, vê um novo campo de batalha à frente. "O plano de defesa apresentado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que está em discussão no Congresso, certamente dará um apoio sustentável à indústria de defesa nacional", afirma Luís Farina, presidente da empresa. O plano de Jobim consiste em uma série de iniciativas para melhorar o aparato técnico das Forças Armadas, o que evidentemente passa pela modernização dos equipamentos.

A SantosLab deve sua própria existência à retomada dos investimentos na área de defesa. A companhia surgiu para atender a um pedido da Marinha. Seus fundadores, Gilberto Buffara e Gabriel Klabin, dois aeromodelistas amadores, foram convocados pelos militares para desenvolver um avião não tripulado de vigilância (UAV, na sigla em inglês). O primeiro contrato foi para o fornecimento de cinco aeronaves e duas centrais de controle à Marinha.

O sucesso foi tamanho que chamou a atenção do Exército, que também se interessou pelos aviões. A SantosLab, que nasceu para fornecer a militares, em breve deve começar a fornecer para o setor civil. "Empresas como a Petrobrás, com o pré-sal, e a Vale, com suas áreas de mineração, têm demanda para aviões de baixo custo como os nossos", diz Buffara.

A indústria bélica tem um papel fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias que, cedo ou tarde, acabam beneficiando a sociedade como um todo. A internet surgiu gracas a testes de comunicação realizados por militares americanos.

Indispensável dizer o impacto que ela gerou no mundo. Pesquisas na área de energias alternativas estão sendo executadas por militares franceses. Por mais que a indústria bélica tenha causado danos irreparáveis à humanidade, o mundo também tem algo a agradecer a ela.

US$ 23 bilhões foi o gasto total do governo brasileiro em 2008 com a área de defesa.

Fonte: José Sergio Osse (IstoÉ Dinheiro)

Piloto herói do Hudson agora é escritor

Chesley Sullenberger III, de 58 anos, conta em livro como suas experiências de vida o ajudaram a executar a manobra que salvou 155 passageiros

PRECOCE: Sullenberger decidiu ser piloto aos 5 anos. Aos 16, já era capaz de conduzir um avião sozinho

Depois de conseguir pousar um Airbus A320 no rio Hudson no dia 15 de janeiro, o piloto Chesley Sullenberger III virou um herói nos Estados Unidos – e uma celebridade em todo o mundo. Primeiro, vieram as entrevistas; depois, os convites para palestras. Agora, o piloto acaba de lançar sua autobiografia: no livro Highest duty: my search for what really matters (algo como “O maior dever: minha busca pelo que realmente importa”), ele narra detalhes do pouso forçado e conta histórias de sua infância e sua paixão por aviões.

Especialista em segurança na aviação e piloto com mais de 19 mil horas de voo, Sullenberger afirma que a experiência acumulada em toda sua carreira foi decisiva para que ele conseguisse pousar o avião com sucesso, salvando a vida de 155 passageiros. Na ocasião, a aeronave havia sido atingida por uma revoada de gansos que destruiu suas duas turbinas pouco depois da decolagem. O pouso na água, executado por Sullenberger, é considerado uma das manobras mais difíceis e arriscadas da aviação.

“Tanto no ar quanto no chão, eu fui formado por muitas lições e experiências poderosas – e muitas pessoas”, escreve o piloto em uma nas primeiras páginas do livro. “É como se esses momentos de minha vida tivessem sido depositados em um banco para quando eu precisasse deles”. Em seguida, Sullenberger passa a narrar essas experiências – desde o momento em que decidiu ser piloto, aos cinco anos, até o dia do acidente, passando pelas primeiras lições de voo e sua entrada na Força Aérea.

Segundo o piloto, a ideia de escrever o livro surgiu pouco depois do pouso forçado. Para narrar sua história, ele contou com a colaboração do escritor Jeffrey Zaslow, coautor do livro A lição final, de Randy Pausch.

No início do mês, Sullenberger foi destaque em jornais de todo o mundo ao anunciar que voltaria a voar. Ele continua a voar pela companhia US Airways, além de assumir funções na área de manutenção e segurança da empresa.

Fonte: Revista Época - Imagem: Divulgação

Guarda Costeira dos EUA amplia busca por piloto desaparecido após choque de caças

Helicópteros e navios continuam a fazer buscas no oceano Atlântico, na costa da Carolina do Sul por um piloto cujo caça F-16 colidiu com outro caça durante exercícios de treinamento noturnos. As aeronaves eram de uma base militar situada nas proximidades.

Uma foto fornecida pela US Coast Guard mostra homem da marinha procurando pelo capitão da Força Aérea Nicholas Giglio

O oficial da Guarda Costeira Bobby Nash disse neste sábado que a área de busca pelo capitão Nicholas Giglio foi expandido para cerca 10 mil quilômetros quadrados.

Unidades da Guarda Costeira de quatro Estados estão envolvidas nas buscas

Autoridades disseram que houve relatos de uma mancha de óleo e detritos após o acidente, mas nenhum sinal foi recebido dos sinalizadores de emergência do avião ou do piloto.

O piloto do outro avião envolvido no acidente conseguiu pousar o avião danificado após a colisão na noite de quinta-feira (15). Ele não se feriu e voltou à base aérea Shaw, em Sumter.

Não há informações sobre os danos sofridos pelo caça que pousou nem sobre os causados no caça que desapareceu.

No começo desta semana, a base aérea anunciou que realizaria os exercícios de voo noturno para que os pilotos pudessem testar equipamentos de visão noturna e praticar estratégias de sobrevivência em combate.

Fonte: Folha Online (com Associated Press e France Presse) - Foto: U.S. Coast Guard, Petty Officer 2nd Class Michael Volves/AP Photo

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Leia sobre o acidente:
Dois aviões de combate F-16 dos EUA se chocam no ar

Kassab deve vetar restrição a helipontos e voos em SP

Helipontos na cidade de São Paulo e Grande São Paulo

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), deve vetar as restrições a voos de helicópteros e construção de helipontos na capital, como prevê um projeto aprovado no final de setembro pelos vereadores.

De acordo com a proposta, de autoria do vereador Chico Macena (PT), os helipontos só poderiam funcionar das 7h às 20h. Ou seja: os helicópteros ficariam impedidos de pousar à noite na cidade, embora pudessem sobrevoar pelo espaço aéreo paulistano se fizesse parte da rota - de Osasco para Guarulhos, por exemplo.

O texto também proíbe o voo "pairado" por mais de 30 minutos - aquele no qual o helicóptero fica parado num mesmo ponto -, muito usado em coberturas jornalísticas.

O projeto proíbe ainda a construção de helipontos em um raio de 500 metros de escolas, hospitais, torres e antenas.

De acordo com Kassab, a tendência é que o projeto seja sancionado com o veto aos artigos que estabelecem restrições.

"Você veta o artigo das restrições muito possivelmente por inconstitucionalidade e a própria lei diz que, por decreto, você faz a regulamentação daquilo que estiver omisso. Então, as restrições serão feitas por decreto", afirmou Kassab.

Caso isso se concretize, sobraria do projeto de Macena apenas algumas exigências para a construção de helipontos. Por exemplo: o interessado terá de apresentar um estudo de impacto de vizinhança para obter autorização para a construção.

A ideia, segundo o autor do projeto, é que os órgãos ambientais da prefeitura levem em conta os parâmetros de incomodidade - principalmente a poluição sonora - antes de autorizar a implantação de novos helipontos.

O prefeito ressalvou que esse veto ainda não é uma decisão do governo, mas uma tendência adotada após a primeira reunião realizada pela equipe que analisa o assunto.

Apesar de Kassab considerar inconstitucional parte do projeto aprovado na Câmara, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que a prefeitura tem, sim, autonomia para estabelecer normas para o funcionamento dos helipontos.

Existem 325 helicópteros registrados em São Paulo, que tem 215 helipontos autorizados pela Anac -mas somente 85 têm licença da prefeitura.

Reportagem da Folha de 13 de setembro desde ano mostrou que nas imediações da rua Funchal, na Vila Olímpia (zona oeste), têm mais helipontos (25) que pontos de ônibus (24).

A regulamentação desse tipo de transporte é uma discussão antiga na cidade. Em 2007, a prefeitura chegou a elaborar um projeto de lei, mas não o enviou à Câmara.

Esse texto da prefeitura previa, por exemplo, uma distância mínima de 400 metros entre dois helipontos.

O projeto de Macena não prevê essa restrição, que pode ser estabelecida por um decreto de Kassab, se a administração julgar necessário.

Fonte: Evandro Spinelli (Folha Online) - Imagem: 2334s4639w.net

Infraero facilita acessibilidade no Aeroporto Internacional de Porto Velho (RO)

Funcionarios do Aeroporto Internacional de Porto Velho passam por treinamento para atendimento a pessoas com deficiência

Os empregados da Infraero e a comunidade aeroportuária participaram esta semana do Curso de Atendimento às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida. O treinamento é parte de um amplo programa de treinamento da Infraero que prevê o aperfeiçoamento dos atendentes a fim de aumentar a qualidade dos serviços no aeroporto. Mais de 150 funcionários do aeroporto Governador Jorge Teixeira participaram do treinamento.

De acordo com a palestrante Rosangela Cavalcante Lopes a programação do evento incluiu práticas de atendimento à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, equipamentos mais utilizados (prática de montagem e desmontagem) e transferência (da cadeira de rodas para outro assento), além de normas e segurança para inspeção de pessoa com deficiência. “O treinamento já foi realizado em 35 aeroportos do país e todas as capitais foram beneficiadas”, disse.

O curso se destinou à melhoria do atendimento às pessoas com deficiência (física, sensorial – auditiva e visual - intelectual e múltipla) ou mobilidade reduzida (idosos, obesos, baixa estatura, enfermos, gestantes, lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo, entre outros). “É neste momento que sensibilizamos a comunidade aeroportuária para a necessidade de proporcionar maior acesso as pessoas portadoras de necessidades especiais”, falou.

Na sexta-feira, durante o encerramento foi realizado um exercício simulado de situações enfrentadas por pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida serviu para avaliar as condições de acessibilidade do aeroporto. “Os funcionários e a comunidade aeroportuária tiveram a oportunidade de vivenciar as dificuldades enfrentadas diariamente por pessoas com deficiência e identificar os pontos que precisam ser melhorados”, frisou. A palestrante falou ainda que os dados levantados serão encaminhados para a Infraero em Brasília e passará pela avaliação do Comitê de Acessibilidade e retorna para a Infraero de Porto Velho para que as melhorias necessárias sejam realizadas”, frisou.

Fonte: Munique Furtado (Diário da Amazônia)

Veja as mudanças previstas nos aeroportos

Clique sobre a imagem para ver o infográfico com informações sobre os aeroportos

Capacidade dos aeroportos deve crescer 66,4% até a Copa 2014

Infraero vai investir R$ 7,1 bilhões em 16 terminais pelo país.

Santos Dumont, Pampulha, Recife e Salvador seguem com mesmo fluxo.


Dezesseis aeroportos do país devem ter a capacidade aumentada em 66,4% até a Copa do Mundo de 2014. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), serão investidos R$ 7,1 bilhões em reformas e obras de ampliação dos terminais de carga e de passageiros que atenderão os turistas das 12 cidades-sede (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).

Aeroporto de Santos Dumont não vai ter aumento na capacidade de passageiros

Calendário apertado

Os aeroportos Afonso Pena (PR), Galeão (RJ), Santos Dumont (RJ), Cumbica (SP), Eduardo Gomes (AM) e Internacional de Salvador (BA) são os únicos que devem ter obras a serem concluídas no ano da competição. Os demais já estarão prontos. O prazo máximo de conclusão das obras estipulado pela Infraero é abril de 2014.

Estão previstos trabalhos de reforma e ampliação de terminais de passageiros e de carga, aumento da capacidade de garagem e dos estacionamentos, reparos nas pistas e otimização das áreas de taxiamento das aeronaves.

As administrações das cidades-sede estimam investir R$ 79,4 bilhões em obras de infra-estrutura necessárias para que o Brasil se coloque em condições de receber a competição. O Ministério do Esporte não trabalha com uma estimativa fechada de custo da Copa 2014.

Capacidade de passageiros

O Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, tem capacidade de 20,5 milhões de passageiros por ano. Com as obras, poderá receber um fluxo anual de 30,5 milhões de usuários. O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, vai passar de 12 milhões para 15 milhões/ano. O terminal de Viracopos, em Campinas (SP), passará de 3,5 milhões para 5 milhões/ano.

No Rio de Janeiro, o Aeroportos do Galeão tem capacidade para 18 milhões de usuários/ano e vai passar a suportar um fluxo de 26 milhões de passageiros anualmente.

Em Minas Gerais, o Aeroporto de Confins vai passar de 5 milhões para 8,5 milhões de passageiros no ano.

O Aeroporto de Brasília vai ter a capacidade aumentada de 10 milhões para 25 milhões de usuários/ano. O Aeroporto de Porto Alegre deve passar de 4 milhões para 10 milhões de passageiros todos os anos. Em Curitiba, o aumento vai ser de 6 milhões para 8 milhões de usuários.

Em Fortaleza, o fluxo deve aumentar de 3 milhões para 8 milhões por ano. Em Manaus, o crescimento previsto é de 2,5 milhões para 8 milhões de usuários. Em Cuiabá, o fluxo deve crescer de 1,6 milhão para 2,3 milhões por ano.

Os aeroportos de Santos Dumont (RJ), Pampulha (MG), Recife e Salvador permanecerão com as capacidades atuais.

Demanda de passageiros

Apesar do aumento da capacidade, a Infraero diz que cada um dos aeroportos vai atender a uma demanda inferior à capacidade que será atingida com as obras.

A Superintendência da Infraero informou que o plano de investimento nos aeroportos foi feito de acordo com a demanda estimada de fluxo de passageiros em cada um dos terminais em até 20 anos. O estudo é feito pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

No Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), há obras programadas para 50 estabelecimentos aeroportuários do país, segundo a Infraero.

Fonte: Glauco Araújo (G1) - Foto: Assessoria de imprensa/Infraero

Dia do Aviador é lembrado com muito movimento na Base Aérea de Brasília

Cerca de 30 mil pessoas aproveitaram as brincadeiras, os voos e a popular apresentação da Esquadrilha da Fumaça durante o Sábado Aéreo, evento dedicado às comemorações do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB), celebrado em 23 de outubro. As atividades promovidas pela FAB atraíram crianças, adultos e idosos à Base Aérea de Brasília. O intuito da organização é aproximar a população civil da rotina militar, com a oportunidade de chegar perto das aeronaves ou mesmo fazer voos panorâmicos. As comemorações da FAB para o Dia do Aviador se realizam há mais de 20 anos, sempre no fim de semana que antecede o dia 23.

Um dos pontos altos da festa foi o espetáculo da Esquadrilha da Fumaça, que, com suas acrobacias aéreas, mobilizou a atenção

“O evento faz parte das celebrações do Dia do Aviador e do Mês da Asa, tradicionalmente comemorados em outubro, e contou, este ano, com eventos como o concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, uma missa especial e as atividades do Sábado Aéreo”, explica um dos organizadores, o capitão Roberto Ferreira. Ele conta que a ideia é apresentar as diversas áreas de atuação da FAB, além de mostrar a frota brasileira de aeronaves — composta de caças, aviões de transporte e carga, patrulha e reconhecimento — e suas diferentes funções em cada região do país.

“Viemos por indicação de um amigo, que participa da organização, para ver os aviões de perto e tentar fazer o voo panorâmico”, conta a estudante Rayanne Rodrigues, de 19 anos.

Público se organizou para poder ver de perto as aeronaves: fascinação

Ela, o pai, o comerciante Osmar Rodrigues, de 43 anos, e o irmão mais novo, Rayan, de 12, foram pela primeira vez ao evento anual da Aeronáutica, impressionaram-se com os aviões e aproveitaram para tirar diversas fotos. O caráter educativo é um dos principais focos do evento, que contou com estandes de exames médicos básicos, ensino de práticas de higiene, simuladores de voo e exposição sobre a história da Aeronáutica brasileira.

As crianças tiveram atenção especial. Pula-pula, pintura de rosto e fotos com o uniforme da aviação foram as atrações mais disputadas. O servidor público Gerson Dias de Abreu e sua mulher, Janderlene Fontenele de Abreu, divertiam-se com a alegria do filho Afonso, de quatro anos.

Oficial pinta o rosto de um garoto: fantasia também teve o seu lugar

Com uma réplica de brinquedo nas mãos, a criança corria entre as aeronaves fazendo o barulho das turbinas. “Viemos pelo nosso filho, que adora aviões. Ficamos surpresos com a boa organização e o fato de não estar cheio demais”, explica o pai.

Entre os fãs adultos, as visitas aos aviões e helicópteros e os simuladores de voo foram as atrações mais procuradas. Os três voos panorâmicos, com assentos sorteados entre os visitantes, foram os mais concorridos do dia. A cada sorteio, centenas de pessoas esperavam ansiosamente serem chamadas. Outro destaque foi a filantropia, outro objetivo da organização. Segundo o capitão Roberto Ferreira, pretende-se superar a marca de três toneladas de alimentos doados por visitantes, quantidade arrecadada no evento do ano passado. Tudo será repassado a cinco instituições de caridade.

O primeiro voo

O Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira é uma homenagem ao primeiro voo mecânico da história, realizado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont com o 14 Bis em 23 de outubro de 1906. O aeroplano de Santos Dumont inspirou a produção dos aviões modernos e consagrou o brasileiro como um dos pais da aviação.

Fonte: Dominique Lima (Correio Braziliense) - Fotos: Daniel Ferreira (CB/DA Press)

Forças Armadas alistam atletas para Olimpíada de 2016

O espírito olímpico que contagiou o Brasil também tomou conta das Forças Armadas. A exemplo de grandes clubes desportivos do País, Exército, Marinha e Aeronáutica agora recrutam atletas civis para os seus quadros. Além de garantir um bom desempenho das equipes brasileiras nos Jogos Mundiais Militares, que serão realizados em 2011 no Rio de Janeiro, a iniciativa inédita do Ministério da Defesa também visa à preparação dos esportistas para as Olimpíadas de 2016. Incorporados como marinheiros, soldados, cabos e até sargentos, os novos milicos devem ter apenas uma preocupação: conquistar medalhas.

"Nossa intenção é elevar o nível dos esportistas brasileiros. Queremos vê-los fazendo bonito nos Jogos Militares e Olímpicos. E sabemos que pra isso precisam se dedicar exclusivamente aos treinos, sem se preocupar com problemas como a falta de patrocínio", explicou o almirante Bernardo Gamboa, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil, ligada ao Ministério da Defesa.

Até agora, 209 atletas civis foram aprovados nos testes das Forças Armadas. Só a Marinha já recrutou 137. E os oficiais se preparam para anunciar 39 novas vagas em novembro. O Exército divulgou a relação dos aprovados nos exames. Ao todo, 72 dos 230 aspirantes foram escolhidos. Outros 48 serão recrutados em dezembro. A Aeronáutica, única que ainda não incorporou atleta civil, informou que faltam apenas detalhes para o recrutamento.

Para garantir um lugar nesta fábrica de campeões, os atletas são submetidos a uma bateria de testes, que variam de exames psicológicos e físicos a até de habilidade na modalidade esportiva praticada. Os aprovados ainda passam por um treinamento especial de três semanas, com instruções sobre as normas de conduta e a hierarquia militar. Eles ainda aprendem a marchar e até a atirar.

Além de contar com infra-estrutura para os treinamentos, os atletas também recebem uma ajuda de custo. Com vencimentos que variam de R$ 1,2 mil a R$ 2 mil, eles recebem vale-transporte, refeição, assistência médica e odontológica e, para os interessados, alojamento nos quartéis.

Atletas estimulam militares para o esporte

Integrante da comissão organizadora dos Jogos Mundiais Militares do Rio, o general Fernando Azevedo destacou a importância da convivência dos militares com atletas de alto rendimento. "A presença desses esportistas civis em nossos quartéis vai atrair centenas de militares para a prática de esportes", acredita.

Atraída pelas facilidades dos quartéis, a jogadora da Seleção Brasileira de Futebol Feminino Maycon não perdeu tempo. Medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e Pequim, em 2008, ela se alistou na Marinha e, desde maio, tornou-se marinheira especializada. "Fiquei impressionada com a estrutura de treinamento. É melhor do que a de muitos clubes grandes", contou Maycon, que já chegou conquistando títulos.

Um mês depois de ser incorporada, ela liderou a equipe brasileira que conquistou o Mundial de Futebol Feminino Militar, nos Estados Unidos.

Prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, o judoca João Gabriel, que representou o Brasil em Pequim, ano passado, integra o quadro das Forças Armadas. Militar de carreira, João, que é soldado do Exército há seis anos, elogiou a iniciativa do Ministério da Defesa. "Representa avanço não só para o segmento militar, mas também para o esporte brasileiro", afirma.

Fonte: O Dia via Terra

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Barreira do Inferno laça foguetes

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) iniciou esta semana a Operação FogTrein II, que consiste no lançamento de dois foguetes de treinamento previstos para serem lançados terça e quarta-feira da próxima semana.

O objetivo da Operação é desenvolver e certificar foguetes instrumentados para treinamento do CLBI e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), visando o aprimoramento e a manutenção da capacidade operacional dos Centros de Lançamentos para o cumprimento das atividades previstas no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Além do efetivo do CLBI, esse evento conta com a participação de engenheiros da Avibras, o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e envolvimento do Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA), Centro de Lançamento da Alcântara e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

O FTB é um foguete mono-estágio, não guiado, com 3,05 m de comprimento e 67,8 kg. O motor propulsor é composto de combustível sólido e tem apenas uma fase de queima de 4 segundos, alcançando mais de 30 km de altura e caindo em alto mar a mais de 16 km da costa. Nesse vôo, os Foguetes Básicos de Treinamento já estão preparados para disponibilizar 5kg de carga útil para experimentos tecnológicos, além de instrumentos para acompanhamento das estações de telemedidas.

“Estes lançamentos permitirão avaliar, mais uma vez, a estabilidade aerodinâmica dos veículos e verificar a qualidade dos sistemas de bordo que compõe m a carga útil”, disse o Coordenador Geral da Operação, Tenente-Coronel-Aviador Ricardo Rodrigues Rangel.

Fonte: Tribuna do Norte

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Greve no aeroporto de Orly cancelou voos e desviou ligações

O quinto dia de greve dos trabalhadores de solo da Servisair, no aeroporto de Orly, França, perturbou, hoje, os voos das companhias aéreas EasyJet e Royal Air Maroc

A companhia low cost EasyJet cancelou todos os voos com partida de Orly e desviou as suas ligações internacionais para o aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle, no norte de Paris. A Royal Air Maroc (e a sua marca low cost Atlas Blue) também alteraram o local de chegada para Roissy.

Esta manhã os trabalhadores da Servisair, responsável pelo check-in dos passageiros e abastecimento dos aviões, desfilaram no aeroporto, perturbando o registro das bagagens e passageiros.

Em causa está a possível venda da empresa de handling à Europe Handling ou à OFS, depois do encerramento da Servisair, previsto para 31 de Outubro. Os 432 trabalhadores temem perder o emprego na sequência da aquisição.

Fonte: AFP via Público (Portugal) - Foto: Martin Bureau / AFP Photo

As decisões do TCU sobre a farra das passagens, na íntegra

Câmara e Senado são obrigados a apurar o assunto e a cobrar a devolução de despesas, mas terão autonomia para indicar os gastos passíveis de ressarcimento e conduzir investigações

Determinação do tribunal sobre voos de parlamentares mostra ambiguidade nas decisões do órgão composto por ex-deputados e ex-senadores

As íntegras das decisões adotadas na última quarta-feira (14) pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a farra das passagens aéreas deixam clara a ambiguidade das deliberações do órgão a respeito do tema. Por um lado, os ministros do tribunal determinam à Câmara e ao Senado que apurem os “fatos noticiados” quanto ao uso indevido da cota parlamentar e obtenham o “ressarcimento das despesas”.

Por outro, encarregam a Câmara e o Senado de indicar quais gastos foram feitos “com finalidade estranha ao objetivo do mandato e ao interesse público” e lhes conferem plena autonomia para conduzir as investigações sobre o assunto, que veio à tona depois que o Congresso em Foco relatou indícios de irregularidades no uso da cota de deputados e senadores.

Dos ministros do TCU que deliberaram sobre o tema, dois foram diretamente citados nas matérias deste site: José Múcio, por ter usado a cota parlamentar quando já não exercia o cargo de deputado; e Augusto Nardes, por ter viajado na cota de um amigo. Outros cinco mantêm fortes ligações com o Congresso: Ubiratan Aguiar (presidente), Valmir Campelo, Aroldo Cedraz, e José Jorge são ex-parlamentares; e Raimundo Carreiro (relator do caso no tribunal) foi secretário-geral do Senado por mais de uma década.

Veja, a seguir, um breve retrospecto do caso e as íntegras dos acórdãos do TCU.

Retrospecto

Os primeiros sinais de utilização indevida da cota parlamentar de passagens aéreas remontam ainda à legislatura anterior, como demonstrou processo movido contra o ex-deputado Lino Rossi. Em março deste ano, o Congresso em Foco voltou ao tema relatando sinais de uso indevido da cota por parte da então líder do governo e senadora Roseana Sarney (PMDB), atual governadora maranhense.

A partir de abril, por várias semanas consecutivas, sucederam-se novas revelações, envolvendo praticamente todos os partidos em atos de legalidade questionada pelo Ministério Público Federal. Incluindo parlamentares e ex-parlamentares, os fatos reportados atingiam mais de 400 políticos, vários deles entre os mais influentes da república.

Câmara e Senado adotaram a mesma estratégia. Tomaram providências imediatas para pelo menos moderar a farra das passagens, mas evitaram investigações mais amplas sobre o assunto. A melhor parte da história é que as duas Casas estabeleceram restrições à utilização de passagens aéreas que representam uma economia anual superior a R$ 25 milhões (cerca de um quarto dos mais de R$ 100 milhões gastos em 2008 pelo Congresso com viagens aéreas).

O problema é que nem Senado nem Câmara demonstraram até o momento grande interesse em ir fundo na apuração dos fatos. Os senadores, às voltas com uma tempestade de denúncias, mal tiveram tempo para cuidar do assunto nos últimos meses. A Câmara foi além, mas tem concentrado o trabalho na investigação de servidores.

Para construir uma argumentação jurídica em favor dos parlamentares, a Câmara gastou R$ 150 mil em troca de dois pareceres. Um deles reafirmava o mesmo o que o Congresso em Foco ouviu de vários juristas: jamais houve autorização legal para deputados e senadores usarem a cota aérea com voos não relacionados diretamente com o exercício de seu mandato. O outro dizia que a legislação em vigor não proibia práticas como a utilização da cota para viagens de turismo ao exterior, transporte de amigos e familiares ou mesmo para negócios privados. Esse parecer foi usado para inocentar o deputado federal Fábio Faria (PMN-RN),um dos personagens mais notórios da farra das passagens.

Conforme matéria de Adriano Ceolin e Ranier Bragon, publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo, os relatórios técnicos do TCU apontaram como “flagrante afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade” o uso da cota aere para “viagens de férias com a família e turismo internacional”. Os repórteres relatam que os ministros do TCU suavizaram bastante as determinações que, no entender dos técnicos, o tribunal deveria tomar (leia mais).

As íntegras dos acórdãos do TCU

ACÓRDÃO Nº 2426/2009 - TCU - Plenário

1. Processo TC 009.647/2009-4
2. Grupo II - Classe de Assunto: VII - Representação
3. Interessada: 3ª Secex
4. Entidade: Câmara dos Deputados
5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro
6. Representante do Ministério Público: não atuou
7. Unidade Técnica: 3ª Secex8. Advogado constituído nos autos: não há
9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação formulada por unidade técnica deste Tribunal, em face de notícias, em matérias jornalísticas, acerca de irregularidades na concessão e na utilização da cotas de passagens aéreas de membros da Câmara dos Deputados.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1 conhecer a presente representação, nos termos do art. 237, inciso VI, do Regimento Interno deste Tribunal, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente;

9.2 determinar à Câmara dos Deputados, nos termos dos arts. 5º, §1º, e 8º, da Lei n° 8.443/92, c/c art. 1º da Instrução Normativa TCU n° 56/2007, que:

9.2.1 prossiga com a apuração dos fatos noticiados na presente representação, quanto à utilização irregular da cotas de passagens aéreas de Deputados Federais com finalidade estranha ao objetivo do mandato e ao interesse público, franqueando aos interessados o direito ao contraditório e à ampla defesa, nos termos da Súmula Vinculante STF n° 3;

9.2.2 adote as providências cabíveis, nos termos da Instrução Normativa TCU n° 56/2007, para obter o ressarcimento das despesas eventualmente impugnadas em face da determinação contida no subitem 9.2.1 deste Acórdão, bem como em decorrência das apurações objeto da sindicância instituída mediante a Portaria nº 52/2009-DG, versada no Processo nº 112.498/2009-CD, e do Inquérito Civil n° 1.16.000.002149/2005-21, instaurado pela Procuradoria da República no Distrito Federal;

9.3 determinar ao Controle Interno da Câmara dos Deputados, nos termos do art. 74, §1º, da Constituição Federal, que acompanhe as apurações administrativas e as devoluções de recursos decorrentes das determinações expedidas neste Acórdão, informando ao Tribunal, na próxima tomada de contas, sobre o resultado das medidas adotadas pelo Órgão, sem prejuízo de eventual representação a esta Corte de Contas, em caso de omissão dos responsáveis;

9.4 dar ciência deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, à Presidência da Câmara dos Deputados, para adoção das providências cabíveis, e à Procuradoria da República no Distrito Federal, em subsídio às investigações objeto do Inquérito Civil n° 1.16.000.002149/2005-21;

9.5 arquivar os presentes autos.

10. Ata n° 42/2009 - Plenário.

11. Data da Sessão: 14/10/2009 - Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU naInternet: AC-2426-42/09-P.
13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Ubiratan Aguiar (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler, Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro (Relator), José Jorge e José Múcio Monteiro.

13.2. Auditores presentes: Marcos Bemquerer Costa, André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 2427/2009 - TCU - Plenário

1. Processo nº TC 009.648/2009-1.
2. Grupo II - Classe de Assunto: VII - Representação
3. Interessada: 3ª Secex
4. Entidade: Senado Federal
5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro
6. Representante do Ministério Público: não atuou
7. Unidade Técnica: 3ª Secex
8. Advogado constituído nos autos: não há
9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação formulada por unidade técnica deste Tribunal, em face de notícias, em matérias jornalísticas, acerca de irregularidades na concessão e na utilização da cotas de passagens aéreas de membros do Senado Federal.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1 conhecer a presente representação, nos termos do art. 237, inciso VI, do Regimento Interno deste Tribunal, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente;

9.2 determinar ao Senado Federal, nos termos dos arts. 5º, §1º, e 8º, da Lei n° 8.443/92, c/c art. 1º da Instrução Normativa TCU n° 56/2007, que:

9.2.1 prossiga com a apuração dos fatos noticiados na presente representação, quanto à utilização indevida da cota de passagens aéreas de Senadores com finalidade estranha ao objetivo do mandato e ao interesse público, ou, ainda, que tenha extrapolado injustificadamente os limites de passagens estabelecidos, à época, no Ato da Comissão Diretora do Senado Federal n° 62/1988, sucedido pelo Ato n° 2/2009, devendo franquear aos interessados o direito ao contraditório e à ampla defesa, nos termos da Súmula Vinculante STF n° 3;

9.2.2 adote as providências cabíveis, nos termos da Instrução Normativa TCU n° 56/2007, para obter o ressarcimento das despesas eventualmente impugnadas em face da determinação contida no subitem 9.2.1 deste Acórdão;

9.3 determinar ao Controle Interno do Senado Federal, nos termos do art. 74, §1º, da Constituição Federal, que acompanhe as apurações administrativas e as devoluções de recursos decorrentes das determinações expedidas neste Acórdão, informando ao Tribunal, na próxima tomada de contas, sobre o resultado das medidas adotadas pelo Órgão, sem prejuízo de eventual representação a esta Corte de Contas, em caso de omissão dos responsáveis;

9.4 dar ciência deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, à Presidência do Senado Federal;

9.5 arquivar os presentes autos.

10. Ata n° 42/2009 - Plenário.

11. Data da Sessão: 14/10/2009 - Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU naInternet: AC-2427-42/09-P.
13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Ubiratan Aguiar (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler, Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro (Relator), José Jorge e José Múcio Monteiro.

13.2. Auditores presentes: Marcos Bemquerer Costa, André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira

Fonte: Rodolfo Torres e Sylvio Costa (Site Congresso em Foco)

TCU condena "farra aérea", mas deixa Congresso decidir

Relator, indicado pelo Senado, recusou medidas mais duras sugeridas por técnicos

Pareceres da área técnica afirmam que o mau uso da cota de passagens aéreas por congressistas é "afronta aos princípios da legalidade"


RANIER BRAGON
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Sem citar valores ou casos específicos, o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou na quarta-feira dois acórdãos cobrando do Senado e da Câmara a devolução aos cofres públicos do dinheiro da chamada "farra aérea", mas transferiu ao próprio Congresso a tarefa de investigar os desvios e, se for o caso, adotar as providências.

As duas decisões do tribunal foram relatadas pelo ministro Raimundo Carreiro, indicado ao posto pelo Senado, onde ocupou por 12 anos o cargo de secretário-geral da Mesa. Ele recusou várias recomendações da área técnica do TCU, que sugeria medidas mais duras contra senadores e deputados.

Os relatórios técnicos que embasaram os acórdãos listam exemplos de lideranças partidárias das duas Casas que usaram suas cotas aéreas para emitir bilhetes para viagens com familiares para destinos turísticos na Europa, na América do Norte e na Argentina.

"É flagrante que a utilização de passagens aéreas para viagens de férias com a família e turismo internacional, como nos casos reportados pela imprensa, caracteriza afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade", afirmam os relatórios.

Os textos citam casos como o do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que usou sua cota para viagem de turismo a Porto Seguro (BA), o do ministro das Comunicações e senador licenciado, Hélio Costa, que viajou com a família para férias em Miami usando a cota de seu suplente, Wellington Salgado (PMDB-MG), e o do deputado Fábio Faria (PMN-RN), que usou o dinheiro da Câmara para presentear a então namorada, a apresentadora Adriane Galisteu, com uma passagem para Natal.

O escândalo, que ficou conhecido como a "farra das passagens aéreas", foi divulgado no primeiro semestre, inicialmente pelo site Congresso em Foco, e envolveu políticos de vários partidos, mas não resultou em nenhuma punição até agora.

Na ocasião, o argumento dos congressistas foi o de que não havia, entre as normas que regulavam o uso da cota, uma vedação explícita à prática.

O único efeito até agora foi que a Câmara e o Senado editaram norma proibindo a doação dos bilhetes aéreos para parentes e terceiros, além de, no caso dos deputados federais, ter havido corte de 20% na verba e o início da divulgação dos dados sobre o uso na internet.

O TCU, baseado no princípio de que o agente público só pode fazer o que está expresso em lei, entendeu que a ausência da vedação não permitia uso da cota para objetivos particulares.

"Assiste razão à unidade técnica ao asseverar que as lacunas das normas então vigentes não autorizavam a prática de atos com desvio de finalidade, em desrespeito aos princípios basilares da legalidade, da moralidade e da impessoalidade. São princípios de raiz constitucional", escreveu Carreiro.

Sugestões

Entre as recomendações da área técnica que o ministro não aceitou estão uma auditoria de todas as emissões de bilhetes da cota dos senadores desde 1989 e a possibilidade de que as milhagens aéreas promocionais obtidas com o uso da verba fiquem com o Congresso e não com os congressistas.

Nos acórdãos aprovados não há menção a valores, só a determinação da continuidade de apuração de todos os casos citados pela imprensa e, se for o caso, o posterior ressarcimento.

O TCU também isentou senadores como Tasso Jereissati (PSDB-CE) de ter fretado jatinhos com a cota, acatando sem questionamento resposta do Senado segundo a qual a verba usada para isso foi a "indenizatória", que teria previsão para esse tipo de gasto.

Carreiro também fez elogios às medidas tomadas pelo Congresso: "O teor principal desse ato denota um caráter moralizador, inclusive quanto à busca de transparência".
Câmara e Senado destinam mensalmente a cada congressista, como cota aérea, valores que podem passar R$ 30 mil.

outro lado

Relator diz que pediu apuração a congressistas


O ministro Raimundo Carreiro afirmou que o fato de ter sido funcionário de confiança do Senado não o impede de julgar casos envolvendo o Congresso. "A decisão não foi contra nenhum parlamentar. A instituição já tomou providência", disse.

Carreiro afirmou que os congressistas não terão de devolver o dinheiro imediatamente. "Não é fato consumado. A Câmara e o Senado estão apurando e eu pedi que prossigam a investigação. Eventualmente, se tiver irregularidade, vão ter de tomar as providências", completou.

Câmara e Senado informaram que não foram informadas oficialmente sobre a decisão do TCU, mas anteciparam que vão obedecer a determinação do órgão de "prosseguir com as investigações".

A assessoria de imprensa da Câmara argumentou que já segue grande parte das recomendações do TCU, já que realizou auditorias, cortou 20% da verba, começou a colocar na internet os dados sobre o seu uso e restringiu a emissão de bilhetes somente para o próprio deputado ou assessor.

Sobre o uso anterior da cota para fins turísticos, prática adotada por vários deputados, a Câmara afirma que não ocorreu punição porque na época não havia restrição, na Casa, ao uso da cota.

A Diretoria-Geral do Senado informou também que já tomou uma série de medidas que impedem o uso da cota área dos senadores por parentes.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o diretor-geral Haroldo Tajra informou que o prosseguimento das investigações ficará sob o comando do Controle Interno, que vai definir a necessidade do ressarcimento aos cofres públicos.

Até o fechamento desta edição, o ministro Hélio Costa (Comunicações) não havia respondido.

Câmara livra acusados de vender bilhetes

Após mais de dois meses de investigações, a comissão de sindicância formada pela Corregedoria da Câmara decidiu livrar todos os deputados acusados de uso indevido de passagens aéreas.

Apenas o caso de Paulo Roberto (PTB-RS) deve ser enviado ao Conselho de Ética, mas por uma outra suspeita: a de ficar com parte dos salários de seus servidores.

Investigado inicialmente pelo esquema das passagens, o caso dele teve uma reviravolta com depoimentos de funcionários. As acusações são de que ele teria contratado, por um salário alto, um ex-ambulante sem condições de exercer uma função. O intuito seria ficar com parte de seus vencimentos. Teria ocorrido o mesmo com dois filhos de seu ex-chefe de gabinete Luiz Nogueira.

Paulo Roberto não foi localizado. Anteriormente, ele havia atribuído as acusações a vingança de seu ex-funcionário, exonerado em 2008.

Já o processo contra o deputado Eugênio Rabelo (PP-CE) será arquivado. O relator Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS) entendeu que o colega provou não ter responsabilidade pelo mau uso das passagens e que o esquema era feito pelos servidores.

Outros quatro congressistas foram investigados. Dois processos já foram arquivados e os outros dois devem seguir o mesmo rumo.

Fonte: jornal Folha de S.Paulo

FAB cria frota de caças para reforçar defesa da Amazônia

Em meio à tensão entre Venezuela e Colômbia, país deslocará até 16 F-5M para Manaus

Brigadeiro Juniti Saito diz que a intenção do governo é renovar totalmente a frota de caças e chegar a 88 novos aparelhos até 2025

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Num clima de tensão e de armamentismo entre países da América do Sul -como Colômbia e Venezuela-, o governo brasileiro vai criar a primeira unidade de aviões de caça na Amazônia a partir do ano que vem, quando deverá ser transferida para a região uma frota inicial de 12 a 16 aviões do tipo F-5M, que hoje compõem a força operacional de Natal.

Os F-5M são jatos supersônicos adquiridos nos anos 70, modernizados pela Embraer nesta década. Eles vão ficar baseados em Manaus, enquanto as únicas frotas da FAB existentes na região (de turboélices Super Tucanos fabricados pela Embraer) devem continuar em Porto Velho e Boa Vista.

A informação foi dada ontem pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, em palestra a oficiais da reserva, na qual adiantou que a intenção do governo é renovar totalmente a frota de caças e chegar até a 88 novos aparelhos até 2025.

Desse total, 36 serão obtidos inicialmente com o programa FX-2, a ser fechado neste ano. Estão em disputa o F-18 Super Hornet da Boeing (EUA), o Rafale da Dassault (França) e o Gripen NG da Saab (Suécia).

O vencedor não apenas fornecerá as 36 primeiras unidades, como será base para as etapas seguintes da renovação, substituindo gradativamente os Mirage e os F-5, da década de 1970, e o AMX, programa Brasil-Itália da década de 1990. A expectativa da FAB é que, além de adquirir aeronaves, o país também possa se habilitar a montá-las e a produzir parte de suas peças internamente.

Os concorrentes acenam com a possibilidade de integrar às suas aeronaves componentes que venham a ser fabricados no Brasil, que passaria assim a ser fornecedor nos pacotes de exportação da vencedora.

Os governos e as empresas estrangeiras que concorrem têm tido uma atuação agressiva com o governo, o Congresso e a imprensa, já que se trata de uma das maiores disputas no setor hoje. Além do Brasil, só Índia e Dinamarca estão em processo de compra de caças.

Os novos caças vão aprofundar o remanejamento das bases da Aeronáutica (iniciado com a nova frota de Manaus), que tem dois objetivos básicos: atender a Amazônia e começar a patrulhar a área do pré-sal, faixa de 800 quilômetros entre Espírito Santo e Santa Catarina.

Visando esses dois alvos, o ministro Nelson Jobim (Defesa) irá na próxima quarta para a Itália, onde visitará estaleiros e discutirá parcerias na área de navios-patrulha, que atuam tanto em alto-mar quanto em rios. Esse é um novo projeto da Marinha, agregado ao pacote com a França de compra de submarinos Scorpène e de construção de um submarino nacional de propulsão nuclear.

Jobim, que conversou ontem com o chanceler Celso Amorim no Itamaraty, também discute com países da África, como Angola, uma política comum de proteção do Atlântico Sul. Defesa e Itamaraty tentam acertar ainda projetos de cooperação com a China para desenvolver e operar porta-aviões e um discurso comum do Brasil na conferência internacional sobre o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), que a ONU patrocina em abril de 2010.

Jobim fez um apelo a Amorim para que o Itamaraty acelere a assinatura de um acordo Brasil-EUA, para que a Força Aérea norte-americana possa adquirir cem aviões Super Tucano da Embraer sem licitação agora e a Marinha do país possa fazer o mesmo mais adiante.

Fonte: jornal Folha de S.Paulo - Foto: O Curumim

Infraero aprova ampliação do aeroporto de Macaé

Uma verba de R$ 120 milhões concedida pelo governo federal foi aprovada pela Infraero e será aplicada em obras de ampliação do Aeroporto de Macaé. Até 2012, será construído um novo terminal de passageiros, obra considerada fundamental para ampliar negócios e o desenvolvimento de toda a região. O superintendente do aeroporto, Hélio Batista, deu a boa notícia na reunião do Gabinete de Gestão Integrada do município: "As instalações serão ampliadas para melhorarmos o serviço à população".

O secretário de governo de Macaé, André Braga, lembrou que a área necessária para a ampliação foi desapropriada. "Além de agregar valor logístico no cenário internacional de negócios em que Macaé está inserida, outro benefício com a ampliação do aeroporto é o atendimento do transporte de passageiros em voos domésticos", avaliou André.

O Aeroporto de Macaé é o maior da América Latina em pouso e decolagem de helicópteros. Diariamente, são confirmados 150 pousos e decolagens de aeronaves e 1.200 passageiros. Devido à descoberta de petróleo na camada pré-sal, tudo indica que a demanda no Aeroporto de Macaé será ainda maior.

Fonte: O Dia Online - Foto: Romulo Campos

Confins terá novo terminal para a Copa

Até 2013, Aeroporto Internacional Tancredo Neves ganhará outro terminal, capaz de dobrar o número de passageiros, para 10 milhões de pessoas por ano

Em no máximo quatro anos, Belo Horizonte vai contar com um novo terminal aeroviário no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana. Com estrutura semelhante ao atual, o novo terminal será maior, com capacidade para atender 10 milhões de passageiros por ano, praticamente o dobro do potencial de hoje. Em 2008, cerca de 5 milhões de pessoas embarcaram e desembarcaram no aeroporto. Até o fim deste ano, a previsão é de que o número chegue a 6 milhões. A alta demanda, que se justifica, segundo representantes da Infraero, pelos preços promocionais das passagens e pelo número cada vez maior de companhias aéreas, tem resultado em irritação de motoristas, que chegam a passar 30 minutos procurando uma vaga no estacionamento do local.

Obra do novo estacionamento, que terá 1.538 vagas, atrasou e deve ficar pronta somente em fevereiro: empreendimento se estrutura para a Copa de 2014

Ainda em estudo, o novo terminal, se colocado em prática, vai ser concluído no máximo em 2013, um ano antes da Copa do Mundo no Brasil, para a qual a capital mineira será uma das cidades-sede. “Temos observado um aumento alto na demanda de passageiros. Até o meio deste ano, acreditávamos que o número de pessoas embarcando e desembarcando não passaria de 5 milhões, como foi em 2008. Mas a estimativa mudou e apostamos que passaremos dos 6 milhões”, afirma o superintendente da Infraero no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, Silvério Gonçalves. Ele revela que o novo espaço terá uma capacidade maior que o atual aeroporto, podendo receber até 10 milhões de pessoas por ano. “Ainda não sabemos se haverá uma segmentação nesse novo terminal, destinando-o apenas para viagens internacionais ou nacionais. É ainda um projeto em análise.”

Desde a transferência dos voos do aeroporto da Pampulha para Confins, em 2004, novas companhias aéreas desembarcaram lá e alavancaram o movimento de passageiros. Só para se ter ideia, em 2003, o movimento de passageiros no aeroporto foi de 388,5 mil pessoas. Em 2008, fechou com 5,18 milhões de pessoas transportadas. A Azul Linhas Aéreas Brasileiras começou a operar em Confins em um espaço restrito. “Foi a área que conseguimos”, afirmou o presidente da companhia, Pedro Janot, durante o lançamento do voo diário entre Confins e Viracopos (Campinas/SP), em agosto deste ano. A regional Trip Linhas Aéreas também estreou em Confins em junho com quatro rotas, que ligam a capital mineira ao Rio de Janeiro (Santos Dumont), Goiânia (GO), Cuiabá (MT) e Ji-Paraná (RO).

Aperto

A novidade do novo terminal cairá como uma luva. O aeroporto tem 25 anos e já dá sinais de esgotamento. Ainda que não haja grandes problemas nos embarques e desembarques de passageiros, como superlotação, o transtorno está no estacionamento do aeroporto, que conta com 1,4 mil vagas. Das segundas às quartas-feiras, a ocupação dos veículos chega a 95%. Das quintas-feiras aos domingos e, principalmente, nos feriados, a capacidade chega ao seu limite, ocupando 100% do espaço.

Para aliviar a situação, em fevereiro, um novo estacionamento será inaugurado, ao lado do aeroporto. Com o novo empreendimento, a capacidade de vagas para os carros passará para o dobro. Com área de 41,2 mil metros quadrados, o local está em obras desde setembro de 2008 e seria inaugurado em junho deste ano. “Mas no início de 2009 a empresa licitada para fazer a intervenção apontou problemas no terreno, dizendo que o desenvolvimento da base do pavimento não suportaria”, conta Silvério. De acordo com ele, por causa disso, o andamento do novo espaço ficou lento. “Levamos até quatro engenheiros ao local para mostrar à empresa responsável que o projeto estava correto e não haveria problemas. Além disso, fizemos teste de compactação que comprovaram a viabilidade da construção.”

Acertadas as divergências de opinião, a previsão era de que, em novembro, a obra, que é do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estaria concluída. “Mas sabemos que será somente em fevereiro”, lamenta o superintendente, acrescentando que, para convencer a empresa de que o empreendimento não poderia parar, a Infraero apontou duas soluções: “Eles cumpririam o que deveria ser feito ou haveria rescisão de contrato”. A primeira opção foi acatada. Como não está tão perto das salas de embarque e desembarque do aeroporto, o novo estacionamento contará com serviço de translado para transportar os passageiros e suas bagagens. “Mas a ideia é de que as 1.538 vagas a mais pertençam ao novo terminal”, antecipa Silvério.

Fonte: Luciane Evans - Estado de Minas (Colaborou Geórgea Choucair) - Foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press

MAIS

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Aeroporto Internacional de Guarulhos: O horror da volta

Projetados para atender no horário de pico da manhã, das 5 às 7 horas, a um fluxo de 3 600 pessoas, os dois terminais de Cumbica recebem até 52% a mais de passageiros. Em dias complicados, os viajantes chegam a levar duas horas para vencer as etapas do desembarque: imigração, retirada de bagagem e alfândega.

A Infraero, empresa estatal que controla os aeroportos do país, considera aceitável um intervalo entre 45 minutos e uma hora para cumprir todo esse périplo. Já os parâmetros internacionais recomendam uma espera de, no máximo, trinta minutos

Viajantes na sexta-feira (9), às 6h25, na fila da imigração

Depois de voltar tranquilamente de Milão a bordo de um Boeing da Alitalia num voo de brigadeiro, o consultor em internet Renato Mendes enfrentou turbulência inimaginável em terra firme. Desembarcou no Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, na última terça (13), às 5h45, e só conseguiu sair de lá às 7h10, quase uma hora e meia depois de deixar a aeronave. O tempo que perdeu no labirinto de cordinhas seria suficiente para ir e voltar do Rio de Janeiro. O calvário começou na fila da imigração. Foram dez minutos. Levou outros 35 para recolher a bagagem e quarenta minutos para vencer a etapa da alfândega. "Essa última foi a pior e a mais desorganizada", conta Mendes. "A confusão e a ânsia para furar a fila eram tão grandes que vi umas três pessoas batendo boca." Cansado e insone depois de doze horas de voo, ele até desistiu de dar aquela passadinha pelo free shop, outro famoso gargalo do aeroporto.

Naquela manhã, dezenove aviões e cerca de 4 750 viajantes aterrissaram em São Paulo entre 5 e 7 horas da manhã nos dois terminais de passageiros, que recebem tanto desembarques domésticos quanto internacionais. Essas duas horas são críticas porque concentram a maior parte dos voos que vêm da Europa, Estados Unidos e América Latina com destino ao Brasil. As manhãs em Cumbica costumam ser caóticas. Dependendo do dia da semana, até 22 aeronaves chegam ao aeroporto nesse intervalo, o que significa 5 500 pessoas circulando pelos quase 10 000 metros quadrados dos dois terminais. Trata-se de um movimento 52% maior do que aquele que o aeroporto comporta.

Resultado: brasileiros e estrangeiros chegam a gastar até duas horas para enfrentar a fila da imigração, recolher as malas nas esteiras e passar pela alfândega nos voos domésticos, é necessário apenas retirar a bagagem. "A situação daqui só se compara à de aeroportos africanos", diz Dario Chemerinski, diretor da divisão internacional da empresa alimentícia Gomes da Costa, que viaja duas vezes por mês para o exterior. "É um verdadeiro congestionamento de gente." Ele não é o único a reclamar do inferno do desembarque. A chiadeira é geral.

A Infraero, empresa estatal que controla os aeroportos do país, considera aceitável um intervalo entre 45 minutos e uma hora para cumprir todo esse périplo. Os parâmetros internacionais recomendam uma espera de, no máximo, trinta minutos. No aeroporto Incheon, de Seul, inaugurado em 2001 e considerado o melhor do mundo pelo quarto ano consecutivo em pesquisa do Airports Council International (AIC), realizada em 108 aeroportos, a espera no desembarque não ultrapassa os tais trinta minutos. Para comportar um movimento de 30 milhões de passageiros por ano, Seul conta com cinquenta postos de alfândega e 120 de inspeção de passaporte. "Além dessa infraestrutura, a maioria dos bons aeroportos é administrada pela iniciativa privada", afirma Eduardo Flores, secretário regional do AIC na América Latina. "Isso ajuda no diálogo com órgãos como a imigração e a alfândega."

A demora na chegada reflete a saturação vivida pelo mais movimentado aeroporto da América do Sul. Projetado para receber 17,5 milhões de passageiros por ano, Cumbica fechou 2008 com 20,4 milhões de usuários e a projeção é que esse número ultrapasse 21 milhões neste ano. Aviso aos viajantes: a situação tende a se complicar nas férias de dezembro, quando o movimento costuma aumentar até 15%. "É no horário de pico que esse estrangulamento fica mais evidente", explica o engenheiro Oswaldo Sansone, especialista em planejamento de aeroportos da Escola de Engenharia Mauá e superintendente de Cumbica na década de 90.

Desde sua inauguração, em 1985, Guarulhos sempre teve de lidar com um movimento maior do que o que poderia suportar. Pensado inicialmente para ser um terminal doméstico, o aeroporto logo passou a receber voos da América do Sul e teve de improvisar a estrutura de imigração e de alfândega. "Naquela época, o governo militar queria que o principal aeroporto internacional do país fosse o do Galeão, no Rio de Janeiro", explica o engenheiro Nicolau Fares Gualda, professor de engenharia de transportes da Poli-USP e um dos idealizadoresdo projeto. Não deu certo. Em 1991, quando parte do terminal 2 entrou em operação, o primeiro já estava saturado.

Aeroporto Incheon, em Seul, o número 1 do mundo: cinquenta postos de alfândega e 120 de inspeção de passaporte

Pressionadas por uma demanda cada vez maior, muitas companhias aéreas transferiram suas operações do Rio de Janeiro para São Paulo. Há cinco anos, a alemã Lufthansa, por exemplo, mantinha sete voos semanais de Frankfurt para São Paulo. Atualmente são doze. A espanhola Iberia também dobrou o número de voos diários desde 2004. E todas querem chegar ao Brasil no horário da manhã, mais conveniente para o passageiro que prefere viajar na madrugada e aproveitar o dia por aqui. "Hoje já não aceitamos mais novos voos entre 5 e 7 horas", diz o superintendente de Guarulhos, Jaime Parreira. "Estamos tentando ocupar os horários da tarde, quando o aeroporto fica mais ocioso."

O caos que reina na chegada a São Paulo é uma combinação de carências. Faltam tanto infraestrutura e espaço físico como também funcionários da Polícia e da Receita Federal para fazer literalmente a fila andar. A Infraero afirma que até 2013, quando deve ficar pronto o primeiro módulo do terceiro terminal, terá de quebrar a cabeça para ampliar os 10 000 metros quadrados disponíveis hoje para o desembarque. "Achar áreas livres no térreo, onde está localizada a chegada dos voos, é quase uma missão impossível", admite o superintendente Jaime Parreira. De fato, há pouca opção para crescer, mas uma das alternativas seria desapropriar lojas, cafés e outros pontos comerciais. No desembarque, poderiam começar pelo free shop, que ocupa mais metros quadrados que os setores de imigração e alfândega (veja as soluções dos especialistas mais abaixo). A Polícia Federal precisa investir na compra de mais máquinas leitoras de passaporte para povoar oito dos vinte guichês que estão vazios. Já à Receita cabe disponibilizar o mesmo efetivo que recruta para atender os passageiros na temporada de férias. "Isso acontece quando todas as esferas federais trabalham juntas", afirma Flores, da AIC.

Cumbica é uma cidade. Tem orçamento de 466,9 milhões de reais por ano. Diariamente passam por ali pelo menos 100 000 pessoas. Instalado em uma área de 13,7 milhões de metros quadrados, o aeroporto opera com apenas dois dos quatro terminais projetados. As 44 companhias aéreas nacionais e estrangeiras realizam 475 pousos e decolagens por dia. Aviões de quarenta modelos partem e chegam de 117 cidades espalhadas por 26 países. "Guarulhos é a principal porta de entrada de São Paulo e do país, mas conta com terminais que não suportam nem o fluxo de voos domésticos", afirma Nicolau Fares Gualda, professor de engenharia de transportes da Poli-USP. "É inadmissível que o maior aeroporto da América do Sul seja conhecido pelo excesso de burocracia e pela ineficiência de seus serviços".

Onde estão os gargalos

SETOR DE IMIGRAÇÃO

Quando há concentração excessiva de voos, os cerca de 1 000 metros quadrados destinados às filas de controle de passaporte da Polícia Federal em cada terminal ficam tomados de passageiros. A visão do labirinto de cordinhas, repleto de gente, é desanimadora. O congestionamento de pessoas chega a se espalhar pelos corredores que ligam os fingers à imigração. Há duas filas, uma exclusiva para brasileiros, que costuma fluir mais rápido, e outra para residentes no exterior. Os funcionários gastam de trinta segundos a um minuto e meio para verificar cada passaporte. Existem vinte guichês, mas não há funcionários em todos eles. Na sexta-feira (9), apenas doze funcionavam. "Faltam máquinas leitoras de passaporte para colocá-los em operação", diz a delegada Gilse Landgraf, coordenadora-geral de Imigração da PF. "Quatro delas, que estavam ociosas no Rio Grande do Sul, serão instaladas nos próximos quinze dias."

RETIRADA DE BAGAGENS

Cada um dos dois terminais dispõe de seis esteiras de bagagem, que, por sua vez, comportam as malas de até dois voos ao mesmo tempo. Ou seja: não há como atender mais que doze aeronaves simultaneamente em cada terminal. Quando isso acontece "e não é raro", cerca de 3 000 pessoas têm de se espremer, com carrinho e tudo, num espaço de 2 800 metros quadrados. Menos de 1 metro quadrado por passageiro. Efeito sardinha na certa.

ALFÂNDEGA

A última etapa obrigatória do processo de desembarque é a Receita Federal, que seleciona por amostragem os passageiros que terão a bagagem inspecionada. Podem ser retidas de 1% a 100% das pessoas, dependendo da origem do voo. Um funcionário, ao fim da fila, é responsável por apontar quem terá de abrir a mala, numa sala reservada. Segundo a Receita Federal, os dez agentes que trabalham por turno chegam a atender cerca de 2 500 passageiros por hora em cada terminal. Por isso, não raro, a fila costuma invadir a área das esteiras de bagagem. O efetivo dobra apenas em época de férias, quando o movimento aumenta em até 15%.

FREE SHOP

A Dufry responde por 22% da receita comercial do Aeroporto de Cumbica, estimada em 222 milhões de reais por ano. Mas o espaço que ocupa no terminal é maior do que o de muitos setores essenciais à circulação de passageiros. A butique se espalha por 1 516 metros quadrados, 50% mais do que os 1 008 metros quadrados do setor de controle de passaportes, por exemplo.

Chiadeira geral

‘Depois de ter passado uma noite inteira no avião, não é nada agradável ter de encarar até quarenta minutos na fila da imigração. E olha que sou francês naturalizado brasileiro desde 1997 e, por isso, a espera é na ala dos residentes, que costuma ser mais rápida que a de estrangeiros. Como viajo duas vezes por mês ao exterior, conheço muitos aeroportos. Em outros países existe espera no controle de passaporte, mas nada comparado ao que vivemos aqui.’ - Roland de Bonadona, diretor-geral da Accor Hospitality da América Latina

‘Viajo duas vezes por mês para países da África, do Oriente Médio e da América Central. O pior dia para desembarcar em Guarulhos é na segunda-feira pela manhã, das 4 às 8 horas. Já cheguei a ficar uma hora e meia na fila da imigração. É um verdadeiro congestionamento de gente. Como sei que vou me atrasar, sempre evito marcar reuniões na segunda cedo. A situação daqui só se compara à de aeroportos africanos.’ - Dario Chemerinski, diretor da divisão internacional da empresa alimentícia Gomes da Costa

‘Viajo para o exterior pelo menos dez vezes por ano. Acabo de voltar da China e do Japão. Sempre que regresso a São Paulo é como se passasse por um choque de civilizações. Perco pelo menos uma hora entre conseguir descer do avião, passar pela alfândega e deixar o aeroporto. Na época da epidemia de gripe A, cheguei a ficar duas horas na fila até ser liberada. Como sei que a demora é uma rotina em Cumbica, costumo viajar apenas com bagagem de mão.’ - Mayana Zatz, geneticista

‘Vivo em Miami desde 1994 e venho a São Paulo pelo menos três vezes por ano. Cansei de ver gente perder a conexão porque ficou presa na fila da imigração. Há muito mais agentes da Polícia Federal para fiscalizar a chegada dos brasileiros, que supostamente desembarcam com mais produtos importados, do que os estrangeiros, que vêm passar férias. Em Miami colocam o mesmo número de agentes nas duas filas. Deveria ser assim para agilizar o processo.’ - Dayse Martins, corretora de imóveis da Sotheby’s International Realty

‘Viajo cerca de seis vezes por ano para os Estados Unidos e países europeus e já me acostumei a gastar uma hora e meia de espera na imigração quando chego a São Paulo pela manhã. Apesar de morar aqui há dois meses, tenho passaporte sueco e preciso pegar a fila dos estrangeiros. Vejo que faltam pessoas trabalhando e uma maior organização.’ - Svante Hjorth, diretor-geral da empresa de telecomunicações Arycom

‘Nasci em Veneza e moro em São Paulo há cinco anos. Vivo no Brasil com visto de trabalho. Viajo com frequência para países da Europa e da América Latina. Perdi as contas de quantas vezes tive de aguardar até uma hora e meia na fila em Cumbica simplesmente porque a pessoa que me atendeu jamais tinha ouvido falar em um visto como o meu. Aí ela chamava o gerente, depois o chefe da Polícia Federal... O governo brasileiro precisa contratar mais pessoas para trabalhar na recepção de turistas e, acima de tudo, treiná-las melhor.’ - Matteo Murador, economista

O que pode e deve ser feito

Especialistas ouvidos por "Veja São Paulo" apontam algumas medidas viáveis que melhorariam a vida de quem chega a São Paulo em voos internacionais

PROPOSTA: ampliar Cumbica

Desde os anos 90, quando foi inaugurado o Terminal 2, a Infraero já falava em construir um terceiro setor para passageiros, com áreas exclusivas de imigração, alfândega e esteiras de bagagem, em Cumbica. A obra seria bancada pela empresa que administra os aeroportos brasileiros e deveria estar concluída em 2007. O tempo passou e nada foi feito. Somente em setembro último teve início o processo licitatório para a ampliação do aeroporto. Pelo novo projeto, está prevista a construção de um terminal de passageiros com 230 000 metros quadrados, um pátio com capacidade para até 44 aviões e um edifício-garagem com vagas para até 4 500 veículos. O Terminal 3 deve custar 1,6 bilhão de reais e levar quatro anos para ficar pronto. Na melhor das hipóteses, os 20 milhões de passageiros que passam por Cumbica anualmente verão a reforma concluída em 2013.

EFEITO: desafogaria o tráfego nos Terminais 1 e 2 e diminuiria o tempo entre o pouso do avião e a liberação do passageiro.

PROPOSTA: sobretaxar os horários mais concorridos para voos internacionais

Na Europa, as companhias se dispõem a pagar mais para ter o direito de explorar os horários mais procurados pelos passageiros. Com isso, viajantes atrás de passagens mais baratas optariam por voos que pousam em horários menos disputados. Críticos da medida argumentam que ela prejudicaria as empresas de pequeno porte, que não têm cacife para entrar nesse "leilão".

EFEITO: diminuiria o congestionamento de voos nos horários de pico e, consequentemente, as filas.

PROPOSTA: equipar melhor os guichês da Polícia Federal

Dos vinte guichês da Polícia Federal destinados a fiscalizar a documentação de passageiros brasileiros ou estrangeiros que chegam diariamente a Cumbica, apenas doze funcionam. E não é por falta de pessoal. De acordo com a delegada Gilse Landgraf, coordenadora-geral do setor de imigração da PF, os oito terminais restantes não operam por falta de maquinário específico para a leitura de passaportes. "Neste mês, pedimos à direção da PF para nos enviar quatro leitoras do Rio Grande do Sul", afirma. "Nos aeroportos de lá não há tanto movimento, e elas estavam ociosas." Descompassos como esse são bastante comuns na rede de fiscalização dos aeroportos. "O setor de imigração do Aeroporto de Guarulhos, que recebe 8,8 milhões de estrangeiros por ano, tem praticamente o mesmo número de fiscais da PF que o do Galeão, no Rio, que recebe 2,2 milhões de estrangeiros", diz Adalberto Febeliano, professor de economia do transporte aéreo na Universidade Anhembi Morumbi. Outro ponto delicado é a falta de treinamento de alguns profissionais terceirizados que lidam com turistas. Além de conhecimentos de inglês e espanhol, é desejável que esses atendentes saibam reconhecer os padrões de vistos de turismo, trabalho e de estudante exigidos pelo Brasil.

EFEITO: aumentaria a eficiência do serviço de imigração.

PROPOSTA: transferir a administração do Aeroporto de Viracopos para a iniciativa privada e torná-lo um novo polo para voos internacionais

Até a inauguração do Aeroporto de Guarulhos, em 1985, era Campinas, a 100 quilômetros da capital, que concentrava a maior parte dos voos internacionais que chegavam ou saíam do estado de São Paulo. De janeiro a agosto deste ano, Viracopos recebeu 1,9 milhão de passageiros em voos domésticos e apenas 1 785 em voos internacionais. Devido à proximidade da Copa de 2014, dirigentes da Iata, sigla em inglês da entidade que reúne 230 companhias aéreas de todo o mundo, têm se reunido com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério da Defesa para pedir que Viracopos seja transferido para a iniciativa privada e volte a ser um terminal de vocação cosmopolita. "Não se trata de privatização, e sim de concessão, como aconteceu com as rodovias", explica um dirigente da Iata que prefere não se identificar. De acordo com ele, construir um terceiro aeroporto paulistano no prazo de três anos é inviável. "Um aeroporto internacional custa de 4 bilhões a 5 bilhões de dólares e leva de cinco a dez anos para ficar pronto."

EFEITO: desafogaria o tráfego de voos internacionais na capital e criaria um novo polo regional para conexões.

PROPOSTA: mudar os free shops e as lojas da área de desembarque para outro setor do aeroporto

Desde 1978, quando a antiga Brasif inaugurou o primeiro free shop do país, os brasileiros que voltavam de viagens ao exterior se habituaram a passar pela imigração e ir direto às compras. Sete anos depois, a empresa abriu uma loja de 1 516 metros quadrados bem ao lado da esteira de bagagens do Aeroporto de Guarulhos. A butique de importados, hoje pertencente ao grupo Dufry, ocupa quase um terço da área de desembarque internacional, que tem 5 000 metros quadrados. A filial que funciona no Terminal 2 tem exatamente o mesmo tamanho: 1 516 metros quadrados. É maior, por exemplo, que o setor de conferência de passaportes, que tem 1 000 metros quadrados. Na opinião de Anderson Correia, diretor da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBTA), a transferência dos pontos comerciais que ocupam o setor de desembarque para outras áreas do aeroporto seria uma solução para diminuir as filas. "Com o número de passageiros que recebe hoje, Guarulhos precisaria no mínimo de mais dez esteiras de bagagem, mas simplesmente não existe espaço onde alocá-las", explica.

EFEITO: poderiam ser aumentados tanto o número de esteiras de bagagem quanto o de cabines da Polícia Federal, usadas para conferência de passaportes.

Fonte: Maria Paola de Salvoe Sara Duarte (Veja São Paulo) - Fotos: Greg Salibian (Folha Imagem)