sábado, 21 de maio de 2011

Prefeitura divulga projeto para o memorial em homenagem às 199 vítimas do acidente da TAM

Espaço será construído no local do acidente ocorrido em 2007.

Parentes da vítimas já têm sugestões de mudanças para o projeto.


O projeto da Prefeitura de São Paulo para o memorial em homenagem às 199 vítimas do acidente com o avião da TAM, ocorrido em 17 de julho de 2007, foi divulgado neste sábado (21). O memorial vai ser construído no local do acidente, na Avenida Washington Luís, onde funcionava o antigo prédio da TAM Express.

O projeto prevê um espaço aberto ao público, com uma árvore no centro e um local reservado para os nomes de cada uma das vítimas. Haverá também um parque de diversões para as crianças.

Os parentes das vítimas estão reunidos na capital paulista neste fim de semana para discutir o projeto, que ainda pode ser modificado. Eles já definiram as mudanças que vão pedir à Prefeitura: querem que o local tenha um acesso melhor pela Avenida Washington Luís e tenha também mais verde e mais água no espaço. Os parentes também sugerem que sejam colocados pontos de luz para representar cada vítima do acidente.

A associação anunciou também que, a partir do ano que vem, será construída uma escola no bairro do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, para formar técnicos especializados em manutenção de aeronaves e prevenção de acidentes.

Fontes: G1 / SPTV (TV Globo)

Advogado diz que inquérito de acidente da TAM sai até julho

O resultado do inquérito conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF) que apura as causas do acidente com o avião da TAM, que fazia o voo JJ 3054, deve ser concluído até julho, segundo o advogado que representa os parentes das vítimas, Ronaldo Marzagão. "Acredito que antes do quarto aniversário desse trágico acidente tenhamos uma solução final do inquérito", disse ele neste sábado, pouco antes de se reunir com os parentes dos mortos no acidente em um hotel na capital paulista.

No dia 17 de julho de 2007 o avião da TAM percorreu toda a pista do Aeroporto de Congonhas sem conseguir parar, atravessou a avenida Washington Luís e atingiu um edifício da própria companhia aérea e um posto de gasolina. Entre passageiros e tripulação, 199 pessoas morreram.

De acordo com o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ 3054 (Afavitam), Dario Scott, o fim da investigação é o maior anseio dos parentes. "O objetivo da associação sempre foi trazer as informações sobre a investigação criminal do acidente", afirmou. Para ele, caso o inquérito seja concluído, a luta dos parentes entrará em uma nova fase.

MPF deve indicar culpados

Na opinião de Marzagão, o MPF deverá indicar vários culpados pela tragédia, principalmente em relação aos erros de procedimento, que mais tarde, foram revistos. "O suposto erro dos pilotos na posição dos manetes não seria o início da tragédia e, sim, o fim dela", afirmou. Além dos rumos da investigação, a reunião de hoje da Afavitam discutiu a proposta da prefeitura de São Paulo para o memorial que será construído no local do acidente. O projeto apresentado propõe a criação de uma praça para lembrar as vítimas da tragédia.

Apesar de o projeto contemplar reivindicações dos parentes, como a manutenção de uma amoreira que resistiu à explosão, algumas mudanças foram pedidas. Entre elas, a inclusão do anjo que serviu de símbolo para a luta da Afavitam e a marcação do local exato do choque. Essa definição é especialmente importante para Márcia de Araújo. Ela é mãe de Michelle Leite, comissária que não pode ser identificada entre os destroços do avião.

"O monumento será um lugar que possa mostrar para as pessoas que, mesmo com toda aquela catástrofe, com toda desgraça e sofrimento, que ali se foram pessoas especiais de uma forma trágica", afirmou ela.

Fonte: Agência Brasil via Terra

Avião da TAM faz pouso de emergência em Salvador após ameaça de bomba

Voo para São Paulo foi interrompido após ameaça de bomba feita por um passageiro


O voo 3603 da TAM saindo da cidade de Porto Seguro com destino à Guarulhos, em São Paulo, foi obrigado a executar um pouso de emergência no Aeroporto Luis Eduardo Magalhães às 18h47 desta sexta-feira (20).

Segundo informações da Infraero, o comandante do Airbus A321-231, prefixo PT-MXE,  da TAM emitiu sinal de ameaça de bomba para a torre de comando e recebeu a orientação de pousar imediatamente depois que um passageiro, que aparentava 45 anos, afirmou que iria explodir o avião.

A aeronave, que fazia o trajeto Porto Seguro-Salvador-Guarulhos, foi taxeada para uma área remota do aeroporto e teve todos os seus 129 passageiros retirados. A Infraero foi avisada e acionou a Polícia Federal e um grupo de elite da PM de Salvador, além de uma equipe dos bombeiros e uma junta médica local.

O homem foi detido pela Polícia Federal, e tanto a aeronave quanto as bagagens dos passageiros estão sendo revistadas. Segundo a assessoria da Infraero, o aeroporto em nenhum momento foi fechado.

Segundo comunicado oficial da TAM, a companhia decidiu apurar os fatos em conjunto com o departamento federal de segurança pública para que, após a realização da perícia e, somente com total segurança, o voo seja liberado. A TAM ainda lamentou o ocorrido e pediu desculpas aos clientes pelos transtornos causados.

Fontes: Diogo Max e Mirela Portugal (Exame.com) - Foto: Ferrnando Amorim/Agência A TARDE

Nota oficial da TAM

A TAM informa que o voo 3603 (Porto Seguro / Salvador / Guarulhos) está atrasado na etapa entre Salvador e São Paulo devido a uma denúncia de bomba a bordo feita por um passageiro, que teve seu desembarque realizado pela Polícia Federal, na capital baiana, no começo da noite de hoje (20).

Visando à segurança de seus passageiros e tripulantes, e seguindo os procedimentos de melhores práticas de segurança da aviação civil e da legislação que rege a indústria, a companhia decidiu apurar os fatos em conjunto com o departamento federal de segurança pública para que, após a realização da perícia e, somente com total segurança, o voo seja liberado. A TAM lamenta e pede desculpas aos clientes pelos transtornos causados.

São Paulo, 20 de maio de 2011

TAM Linhas Aéreas


Infraero descarta possibilidade de bomba em voo que seguia para SP


De acordo com informações da Infraero, está descartada a existência de bomba no voo 3603 -TAM que seguia de Porto Seguro para São Paulo, com conexão em Salvador. Após ameaça de um passageiro, o piloto da aeronave acionou o alarme de bomba e foi orientado pela torre de comando a fazer o pouso no Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães.

Fontes: G1 / Jornal da Globo

Aeronáutica diz que investe em pessoal

OUTRO LADO

Advogado que defende controlador absolvido por "inépcia" do caso do acidente da Gol pede que juiz faça retratação

Procurado pela Folha desde anteontem por meio de sua assessoria de imprensa, o Comando da Aeronáutica respondeu, em nota, que não "tece comentários a respeito de decisões judiciais".

"Cabe esclarecer que, somente entre 2007 e 2010, a Força Aérea Brasileira formou mais de mil novos controladores de tráfego aéreo, além de profissionais de áreas também ligadas ao controle do espaço aéreo, como técnicos em comunicações e em meteorologia."

A Aeronáutica diz que os investimentos realizados no setor desde 2007 ampliaram "a capacitação do nível operacional dos controladores".

A nota cita também um investimento de R$ 5 milhões por ano em cursos "visando a elevar o nível de inglês dos profissionais envolvidos diretamente no atendimento de tráfegos de aeronaves internacionais".

O atual comandante da Aeronáutica é o brigadeiro Juniti Saito, que assumiu em 2007. À época do acidente, o comando era do brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, cujo afastamento foi atribuído à crise que se instalou no setor aéreo desde então.

"O resultado desses investimentos já pôde ser constatado em 2009, quando a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), ligada às Nações Unidas, realizou uma auditoria no sistema de controle do espaço aéreo brasileiro e o classificou dentre os três melhores no mundo", diz a nota da Aeronáutica.

O advogado Roberto Sobral, defensor do controlador Jomarcelo Fernandes dos Santos, disse considerar "justíssima" sua absolvição, mas avaliou que houve "exagero" nas menções do juiz à "inaptidão" de seu cliente.

"Espero que o juiz se retrate, pois não estamos falando de uma pessoa sem nenhuma capacidade. O problema é que o encargo que foi dado para ele era insuportável para alguém com a experiência que ele possuía à época", afirmou o advogado.

Segundo Sobral, Jomarcelo somente deveria operar "sob supervisão ou na função de assistente". "Em qualquer lugar do mundo, um profissional com a experiência dele seria assistente. Jamais ficaria sozinho".

Sobre o controlador de voo Lucivando Tibúrcio de Alencar, condenado na mesma decisão que inocentou Jomarcelo, o advogado disse que vai recorrer.

"A Força Aérea preservou seus oficiais e deixou que toda a responsabilidade caísse nas costas dos controladores", disse o advogado.

Em outubro do ano passado, reportagem da Folha mostrou que o país tinha quase 900 controladores a menos do que a meta de 3.114 estabelecida pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) em 2008.

Fonte: Rodrigo Vargas (jornal Folha de S.Paulo)

Controlador do caso Legacy era considerado inapto

Segurança aérea ficou na mão de inapto, diz instrutor

Militar que treinou sargento diz que objetivo era suprir carência de pessoal

Juiz inocentou controlador do caso Legacy por considerá-lo inapto para função; FAB não comenta

Pressões dentro da Aeronáutica para suprir a carência de pessoal forçaram a homologação de uma pessoa sem "condições" e com "deficiente controle emocional" para a função de controlador de voo -primordial para a segurança do controle aéreo.

A afirmação é do sargento Wellington Rodrigues, do Cindacta 1, em Brasília, ao juiz Murilo Mendes, no processo sobre a colisão entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, em 2006. No acidente, 154 pessoas morreram.


O sargento Jomarcelo Fernandes dos Santos (na foto acima, no detalhe) era um dos responsáveis por acompanhar o setor em que trafegava o Legacy.

Anteontem, a Justiça inocentou Jomarcelo da acusação de atentado culposo (sem intenção) contra a segurança de voo no acidente, em razão de "notórias deficiências" e "inaptidão" ao cargo. A FAB não comenta o caso.

Na decisão, o juiz mencionou trechos do depoimento do instrutor Wellington, responsável pelo curso concluído por Jomarcelo em 2005.

"Ele [Jomarcelo] demorou muito mais do que a turma dele para ser homologado. Ficou fazendo várias tentativas, e havia sempre aquela insistência de homologá-lo", disse Wellington.

No depoimento, o instrutor foi questionado sobre a origem da "imposição para que se fizesse a homologação de Jomarcelo". O relato é que "a testemunha explicou que não era uma imposição específica". "A gente sabia da dificuldade do número de operadores e havia, sim, essa pressão", afirmou Wellington.

As dificuldades do controlador também foram descritas em laudo psicológico juntado ao processo, que cita problemas para "estabelecer prioridades", "deficiente controle emocional" e "pouca agilidade nas instruções".

Em 2007, na CPI do Apagão Aéreo no Senado, um procurador do Ministério Público do Trabalho afirmou que Jomarcelo só ingressou no quadro de controladores "praticamente à força", após ser reprovado quatro vezes no exame de ingresso.

Militar de carreira, então com 38 anos, Jomarcelo estava havia menos de nove meses no cargo quando aconteceu o acidente.

Segundo o Ministério Público Federal, ele ignorou indicações em sua tela de controle de que o Legacy voava na "contramão" e com o transponder (sistema anticolisão da aeronave) desligado.

Na sentença, o juiz sugere que se atribua conduta dolosa (intencional) no caso a quem "conferiu a Jomarcelo a habilitação para que ele exercesse a função."

Fonte: Rodrigo Vargas (jornal Folha de S.Paulo) - Fotomontagem: G1