segunda-feira, 23 de maio de 2011

Reino Unido alerta para possível interrupção de voos devido a vulcão

Irlanda também apontou possibilidade; Obama está no país em visita.

Cinzas de vulcão islandês devem chegar à região nos próximos dias.

A Autoridade de Aviação Civil (CAA, da sigla em inglês) da Inglaterra afirmou nesta segunda-feira (23) que voos com origem ou destino a algumas regiões do Reino Unido podem sofrer interrupção devido à nuvem de cinzas procedentes do vulcão islandês Grimsvötn, que entrou em erupção no sábado (21).

O Escritório de Meteorologia nacional prevê que a nuvem deve cobrir todo o espaço aéreo da Irlanda, da Escócia e partes da Inglaterra até as 6h GMT de terça-feira (24), ou 3h da manhã no horário de Brasília.

Questionado se a nuvem pode causar cancelamentos de voos, um porta-voz da CAA afirmou: "É certamente isso que está parecendo no momento."

Obama na Irlanda

No mesmo dia, a Autoridade de Aviação Irlandesa (IAA, da sigla em inglês) também apontou a possibilidade de ter voos em seu espaço aéreo interrompidos devido à nuvem de cinzas, mas disse não esperar que isso ocorra até a manhã de quarta-feira (25).

O presidente Barack Obama está no país, e a previsão é que ele deixe a Irlanda na manhã de terça-feira (24).

Nuvem de cinzas expelidas do vulcão Grimsvotn é vista no domingo (22) - Foto: Reuters

União Europeia

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), também apontou o alerta. "Existe a possibilidade de a nuvem vulcânica afetar o espaço aéreo europeu, começando pela zona noroeste, em particular pelo Reino Unido e pela Irlanda, seguramente hoje ou amanhã", disse a porta-voz comunitária de Transporte, Helen Kearns.

A porta-voz disse que atualmente é difícil fazer previsões além das próximas 48 horas e saber se a nuvem afetará outras regiões da Europa, já que as condições meteorológicas estão em constante evolução e se têm poucos dados sobre o volume de cinzas expulso e sua densidade.

Além disso, explicou que na manhã desta segunda-feira (23) houve uma reunião do grupo de coordenação de crise que inclui a Comissão Europeia, as companhias aéreas, os aeroportos, as autoridades nacionais de aviação e a Agência Europeia para a Segurança na Navegação Aérea (Eurocontrol), na qual ficou decidido emitir uma série de diretrizes.

Essas recomendações, que devem ser divulgadas nesta segunda, se basearão nos princípios estipulados no ano passado, que estabelecem três zonas (vermelha, azul ou preta), segundo o nível de concentração de cinzas.

A porta-voz ressaltou ainda que haverá diretrizes específicas dirigidas às autoridades de aviação para que contem com ferramentas que permitam às companhias aéreas fazer uma avaliação do risco de segurança, em função dos motores de seus aviões e de outra informação técnica.

A Comissão Europeia ressaltou que o sistema atual é muito mais flexível para os Estados-membros e as companhias aéreas que o aplicado na crise do ano passado com a erupção de outro vulcão na Islândia, e que, ao mesmo tempo, garantirá o nível de segurança necessário.

Além disso, explicou que o comissário europeu de Transporte, Siim Kallas, deve conversar também nesta segunda por telefone com os ministros europeus desse setor para abordar a situação e garantir a maior coordenação possível.

Fontes da UE explicaram que a Eurocontrol manterá na tarde desta segunda-feira uma reunião por teleconferência com os aeroportos europeus.

A Nasa, Agência Espacial Americana, divulgou nesta segunda-feira (23) imagens da nuvem de cinzas expelida pelo vulcão Grimsvotn, na Islândia, registradas por um satélite. A foto acima foi feita às 05h GMT de domingo (22), 2h da madrugada entre sábado (21) e domingo (22) no horário de Brasília. O vulcão havia entrado em erupção no dia anterior. - Foto: Reuters/NASA/GSFC/Jeff Schmaltz/MODIS Land Rapid Response Team

A imagem acima foi registrada às 13h GMT, ou 10h no horário de Brasília, no domingo (22). Nesta segunda (23), autoridades da aviação civil da Inglaterra e da Irlanda alertaram para a possibilidade de interrupção de voos em seus territórios devido à nuvem de cinzas do vulcão. - Foto: Reuters/NASA/GSFC/Jeff Schmaltz/MODIS Land Rapid Response Team
Fonte: G1 (com informações da Reuters e da Efe)

Avião da El Al que informou falha técnica pousa com segurança em Israel


O Boeing 777-258/ER, prefixo 4X-ECD, da companhia El Al, com 279 passageiros a bordo e que chegou a reportar falha no início da madrugada desta segunda (noite de domingo em Brasília), conseguiu aterrissar com segurança no aeroporto Ben Gurion, localizado a cerca de 15 km de Tel Aviv, em Israel. As informações são do The Jerusalem Post.

A aeronave decolou em direção a Nova York (voo LY-27), mas foi forçada a voltar e fazer um pouso de emergência após falha técnica encontrada na roda esquerda. Mais de 70 equipes de resgate foram mobilizadas para a espera do avião no aeroporto, o maior aeroporto do país.

Enquanto a aeronava aguardava para fazer o pouso de emergência, os pilotos foram instruídos a liberar combustível no Mar Mediterrâneo.

Fontes: Terra / Aviation Herald

AF447: Familiares de vítimas esperam por relatório oficial

O presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Nelson Marinho, afirmou que vai aguardar a divulgação do relatório oficial do Escritório de Investigações e Análise para a Aviação Civil (BEA, na sigla em francês) para comentar as apurações sobre as causas do acidente.

Segundo as famílias, um estudo preliminar sobre o conteúdo das caixas pretas do avião, que caiu em junho de 2009 quando fazia o trajeto Rio-Paris, deve ser apresentado pelo órgão francês na próxima sexta-feira, 27.

Marinho voltou a criticar a Airbus (fabricante do A-330 que sofreu o acidente) e a Air France pela construção e manutenção da aeronave, mas disse que prefere não se manifestar sobre as informações divulgadas pela revista alemã "Der Spiegel". De acordo com "um especialista envolvido na investigação", entrevistado pelo semanário, os dados das caixas pretas analisados até agora indicam que a queda do avião pode mesmo ter sido provocada pelo congelamento dos sensores de velocidade, conhecidos como pitots.

"Prefiro receber essa informação oficialmente por parte do BEA antes de fazer qualquer comentário, mas nós sabemos que a Airbus e a Air France haviam sido alertadas em 1993 sobre problemas com o pitot e com o computador de bordo", disse Marinho. "Esse equipamento deveria ter sido substituído há muitos anos, mas só foi trocado após o acidente".

Pai de uma das vítimas do acidente, o mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, o presidente da AFVV447, afastou a notícia publicada pela "Spiegel" de que a ausência do piloto na cabine no momento dos primeiros sinais de alerta poderia ter contribuído para a queda do avião.

"Comentários sobre qualquer possibilidade de falha dos pilotos já haviam sido divulgados e foram desmentidos pelo BEA. Conversei muitas vezes com o piloto responsável pelo sindicato francês da categoria e não vejo nenhum erro por parte dos profissionais", avaliou.

Fonte: Bruno Boghossian (Agência Estado)

Piloto do voo AF 447 não estava na cabine quando avião começou a apresentar problemas, diz revista


A gravação da caixa-preta recuperada do voo AF 447 da Air France que caiu no Oceano Atlântico, em 2009, revela que o piloto Marc Dubois não estava na cabine quando o momento mais crítico do voo começou, de acordo com a revista alemã “Der Spiegel”.

Em apenas quatro minutos, o destino do voo AF 447 foi selado. Este foi o tempo gasto do momento em que o primeiro aviso de emergência apareceu no painel do Airbus A330 até a queda no mar, entre o Brasil e a África, matando todas as 228 pessoas a bordo.

Desde a semana passada funcionários do Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da França (BEA, na sigla em francês) estão analisando o conteúdo das gravações da cabine do Airbus recuperadas da caixa-preta do avião. As análises feitas até agora sugerem que o acidente foi causado por uma combinação de erros técnicos e humanos.

Fontes ligadas à investigação revelaram que o piloto Marc Dubois, de 58 anos, não estava na cabine do avião no momento em que o problema começou. No entanto, o piloto correu para seu lugar assim que percebeu que algo estava errado. “Ele instruiu os dois co-pilotos para salvar a aeronave”, disse uma fonte ao “Spiegel”.

Apesar de a ausência momentânea do piloto indicar que um erro humano pode ter causado o acidente, dados da caixa-preta indicam que o avião se comportava de maneira estranha. Até agora, acredita-se que os pilotos levaram o Airbus para uma região de tempestades. A baixa temperatura acabou por congelar os sensores de velocidade.


No entanto, segundo a análise da caixa-preta, os pilotos tentaram achar o caminho mais seguro. A Zona de Convergência Intertropical é um local traiçoeiro, com cristais de gelo difíceis de serem detectados em radares climáticos. A quebra de sensores de velocidade dificultou o trabalho dos pilotos que precisam, neste momento do voo, manter o avião em uma velocidade precisa.

Há a possibilidade, de os pilotos terem agido de maneira incorreta com a quebra dos sensores de velocidade. Mas isto não isenta a fabricante do avião de responsabilidade.

Fonte: UOL Notícias - Fotos: Guibbaud Christophe / Abaca / DER SPIEGEL / DPA