quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Embraer entregou 204 aviões comerciais e executivos em 2011

A Embraer entregou 82 aviões no último trimestre do ano passado, o que situa em 204 o número de aeronaves despachadas pela companhia em 2011, informou a empresa nesta quarta-feira.

Por tipo de avião, a Embraer entregou 105 modelos comerciais e 99 executivos em 2011, detalhou a companhia em comunicado.

As vendas de aeronaves do tipo E-jets aumentaram 28% em 2011 com relação ao ano anterior e a lista de pedidos alcançou os US$ 15,4 bilhões no ano passado.

Entre as conquistas da companhia no ano passado está a apresentação de seu novo modelo Legacy 500, de categoria média, que deverá iniciar os testes terrestres neste ano, além do fechamento de um contrato com o governo dos Estados Unidos para a venda de 20 unidades de seu avião de treinamento militar Super Tucano por um valor de US$ 355 milhões.

Além disso, durante 2011 a empresa assinou um acordo com a Boeing para realizar um programa de desenvolvimento de biocombustíveis para a aviação, que prevê a criação de um centro de pesquisa no Brasil.

A Embraer, terceiro maior fabricante de aeronaves do mundo, está presente em vários países da Europa, China e EUA e emprega mais de 17 mil pessoas.

Fonte: EFE

Avião da TAM deixa o RJ com destino aos EUA após mais de 12h de atraso

De acordo com a TAM, avião decolou às 12h30.


Voo estava previsto para as 23h05 de terça-feira, mas foi cancelado.


Um dos aviões que atrasaram e causaram confusão no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, no Rio, já seguiu viagem para os Estados Unidos, no início da tarde desta quarta-feira (11). Segundo a TAM, empresa responsável pelos voos, a aeronave decolou às 12h30.

De acordo com a TAM, o voo estava previsto para as 23h05 de terça-feira, mas foi cancelado.

Segundo os passageiros, eles não receberam justificativa para o cancelamento. Só no fim da madrugada, eles foram avisados que a viagem havia sido remarcada para a manhã desta quarta-feira. Eles contaram ainda que procuraram o posto de atendimento da Justiça que fica no terminal, mas não conseguiram registrar as reclamações.

Os funcionários do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro explicaram que a rede elétrica do posto do aeroporto passou por uma manutenção durante esta madrugada, mas por causa da grande procura dos passageiros, uma equipe foi chamada, restabeleceu a energia e o atendimento foi normalizado.

A TAM informou que houve um problema de logística da companhia que fornece alimentação para a linha aérea foi o responsável pelo atraso nos voos. A empresa informou ainda que o outro avião, que seguia para Londres, decolou às 5h.

Fonte: G1

Bimotor faz pouso de barriga no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio

Cenipa faz inspeção na aeronave para identificar o problema.

Infraero informou que não houve vítimas no incidente desta terça.

Um avião bimotor do Aeroclube de Jacarepaguá fez um pouso de barriga no final da manhã desta terça-feira (10), no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, de acordo com a assessoria da Infraero. Nenhum dos três ocupantes da aeronave ficou ferido.

De acordo com a Infraero, o incidente ocorreu às 11h02, quando o avião que vinha de Angra dos Reis, no Sul Fluminense, para Jacarepaguá, aparentemente apresentou um problema no trem de pouso. A pista ficou interditada até 12h27, sendo liberada em seguida.

A aeronave passa por uma inspeção de técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), da Aeronáutica, que vai determinar o que pode ter causado o problema.

A Infraero informa que o aeroporto está operando normalmente na tarde desta terça-feira.

Fonte: Alba Valéria Mendonça (G1)

Aeronáutica implanta laboratório para abrir e ler caixas-pretas no Brasil

G1 conheceu como investigação extrai informações sobre tragédias aéreas.

Número de caixas-pretas lidas saltou de 2, em 2009, para 31, em 2011.

A Aeronáutica implantou no ano passado, em Brasília, um laboratório com capacidade de abrir e analisar dados de caixas-pretas de aviões civis e militares que tenham se envolvido em acidentes no Brasil. O G1 visitou o local para acompanhar o trabalho dos especialistas do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Após a instalação do Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), no ano passado, foram abertas e analisadas no Brasil 31 caixas-pretas de aeronaves ligadas a acidentes. Em 2009, somente dois equipamentos tinham sido lidos após serem enviados para o exterior.

Dentre as caixas-pretas lidas em 2011 no Brasil há algumas de Bolívia e Colômbia.

Antes da implantação do laboratório, a Aeronáutica mandava os gravadores para exterior em casos extritamente necessários. Isso porque há custos no deslocamento dos investigadores e a aeronave precisava parar de operar enquanto os dados são obtidos. Foi isso o que ocorreu em 2007 com o gravador do Airbus da TAM que colidiu contra um prédio no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixando 199 mortos.

“Ainda não temos a capacidade total de ler caixas-pretas danificadas (como atingidas fogo, cabos cortados, com interferências ou que sofreram algum dano), pois vamos adquirir em 2012 os kits para leitura mais complexa. Já conseguimos ler alguns gravadores danificados, entre eles o de uma aeronave boliviana e de um Learjet que caiu na Baía de Guanabara quando faria um pouso no Aeroporto Santos Dumont, e que sofreu oxidação", disse ao G1 o coronel Fernando Camargo, que apurou as causas do acidente da TAM e é gerente do projeto que implantou o Labdata.

“No caso do Learjet, tivemos que abrir a caixa metálica que protege e tirar a placa de memória, colocando-a em outro gravador do mesmo fabricante para que pudéssemos ler”, acrescenta o oficial. Se aberta de forma inadequada ou por pessoa não treinada, tudo pode ser perdido.

“O gravador de dados, que registra informações como velocidade, altitude e como se comportaram os sistemas da aeronave, é hoje matéria-prima fundamental para a entender o que ocorreu em um acidente, pois nos dá informações precisas. Já o de voz não é tão imprescindível, usamos apenas diálogos importantes. Às vezes, a Justiça nos pede a transcrição dos diálogos e nem sempre os temos”, explica Camargo. Cada dado que a caixa-preta grava é chamado de "parâmetro".

Outra caixa-preta que deu trabalho, após ser queimada externamente, foi a do acidente com um LET da companhia Noar, que caiu no Recife em julho, deixando 16 mortos. O gravador de voz foi aberto no Brasil, já o de dados teve de ser levado aos Estados Unidos. "Já em 2010, no caso de um Bandeirante que sofreu um acidente grave e a caixa-preta foi danificada, nem a fabricante conseguiu fazer a leitura e nós não tínhamos o cabo compatível para recuperar as informações. Pela internet ele custava muito caro, mas um amigo conseguiu comprar e nos enviar pelo correio”, relembra.

O Cenipa é o órgão responsável por investigar acidentes aéreos no Brasil conforme a lei federal de 1982 que criou o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). Segundo o chefe do Cenipa, brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, auditoria da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) apontou que o Cenipa atingiu em 2009 um nível de conformidade de 96% conforme os padrões internacionais, empatado em primeiro lugar com a Agência Européia para a Segurança da Aviacão (Easa). Não é necessária a homoloagação da Icao para o Cenipa possuir um laboratório de caixa-preta.

Como é o processo

O avião tem duas caixas-pretas, que normalmente ficam na parte traseira da aeronave: uma que armazena os dados do voo- dependendo da aeronave, podem ser até mil parâmetros por até 40 horas - e outra de voz, com os diálogos da cabine. Novos modelo, chamados de combo, unem as duas gravações em uma só caixa.

Caixa-preta que registrou os dados da tragédia com um LET da Noar, que caiu no Recife deixando 16 mortos, foi aberta e lida no Labdata do Cenipa

Quando o gravador não está danificado, não é necessário ser aberto. Um cabo é conectado e, através de sua ligação a um software compatível do fabricante da caixa-preta, é possível recuperar um arquivo com os dados e o áudio. O trabalho mais difícil vem em seguida: a conversão da memória em bits em informações tangíveis sobre o que ocorreu com o avião.

“Cada tipo de caixa-preta tem uma cablagem (modelo de cabo para download do arquivo bruto) e um software diferente para ser usado. A partir de sua aplicação conjunta, obtemos um arquivo em código binário que armazena os dados sobre o que ocorreu durante o voo. As pessoas não conseguem entender o que houve com o avião apenas olhando os bits, precisamos convertê-los nos dados reais”, diz o oficial.

Cada sequência de 12 bits é chamada de "palavra". Existem caixas-pretas que gravam de 32 a 1.024 palavras por segundo. Para a conversão, o investigador informa ao computador em quais bits e em quais conjuntos de palavras o software deve buscar os registros do que precisa saber.

Para entender o que provocou a tragédia, o Cenipa precisa saber em quais palavras cada parâmetro foi gravado.

Outra análise é feita com a gravação das conversas da cabine, que passa por uma mesa de som onde é possível melhorar a qualidade e separar os quatro canais de áudio (piloto, copiloto, ambiente da cabine e do engenheiro - este último quase não é mais usado).

Caixas-pretas passam por análise antes da recuperação de dados sobre o acidente

Problemas no Brasil

Dentre preocupações recentes do Cenipa quanto ao registro de dados está no fato de orientar companhias aéreas e pilotos para que, no caso de incidentes graves durante o voo, a caixa-preta seja desligada. Isso porque a gravação é contínua e, ao término do limite da memória, recomeça, perdendo todos os dados antigos.

A determinação de desconectar a caixa-preta após algo grave é obrigatória procedimentos expedidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas nem sempre cumprida.

Também há uma avaliação sobre o destino final das caixas-pretas após a cópia, como a possibilidade de apagar-se a memória e manter os dados apenas sob poder do órgão que apura a tragédia.

“Há uma discussão no Grupo Internacional de Investigadores de Gravadores, do qual fazemos parte, sobre o que fazer com as caixas após a leitura. Normalmente, não temos porque manter em nossa posse e devolvemos às empresas. Mas as informações podem em seguida ser copiadas, manipuladas, e usadas para outros fins. Ainda não há um consenso sobre esta questão”, acrescenta o coronel Camargo.

Em caixas-pretas danificadas, gravador deve ser aberto e módulo de memória retirado para que informações possam ser lidas

Para 2012, o Cenipa pretende adquirir para o laboratório kits que permitirão abrir e ler caixas-pretas com problemas ou que foram atingidas pelo fogo, água ou parcialmente destruídas e também uma estação de solda e ferramentas eletrônicas específicas para estes trabalhos, permitindo ao país maior independência na investigação de acidentes aéreos.


Fonte e fotos: Tahiane Stochero (G1)