terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Americano faz acrobacias em trapézio pendurado em helicóptero

Bello Nock se apresentou sem rede de proteção.

Vídeo com número perigoso foi publicado no YouTube.


O americano Bello Nock se arriscou na semana passada e se apresentou em um trapézio pendurado em um helicóptero. A aeronave voou a cerca de 150 metros enquanto Nock fazia acrobacias sem rede de proteção - ele chegou a se pendurar no trapézio com apenas um pé. Um vídeo com o número perigoso foi publicado no dia 2 de fevereiro no YouTube.


Fonte: G1 - Foto: Reprodução

Polícia prende quadrilha que roubava bagagens no Aeroporto de Guarulhos

Seis pessoas foram presas - quatro delas eram funcionárias de companhias aéreas. Com mandatos de prisão e de busca, os investigadores recolheram roupas, perfumes, brinquedos e produtos eletrônicos dos suspeitos.


A Polícia está procurando as vítimas de uma quadrilha que roubava bagagens dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo. Nesta segunda-feira (06), seis bandidos foram presos - quatro deles eram funcionários de companhias aéreas.

Segundo a investigação, quatro funcionários de companhias aéreas nacionais e um ex-funcionário se aproveitavam dos cargos para furtar as malas. O sexto suspeito movimentava a bagagem dos passageiros entre os aviões nos setores de embarque e desembarque.

As bagagens desapareciam ainda dentro da área restrita do aeroporto, onde só os funcionários das companhias aéreas têm acesso. De acordo com a Polícia, a quadrilha transferia as malas do desembarque internacional para o doméstico. Um dos suspeitos saía com elas como se fosse um passageiro comum.

Com mandatos de prisão e de busca, os investigadores recolheram roupas, perfumes, brinquedos e produtos eletrônicos. A namorada de um de um dos funcionários também foi presa, suspeita de ajudar a vender o que a quadrilha furtava. Malas que podem ser de vítimas do bando também foram apreendidas, mas as etiquetas de identificação foram arrancadas.

Na casa de Vinicius Garcia, um dos presos, os policiais encontraram o cartão de uma vítima do Paraná. O passageiro veio do exterior e passou por São Paulo para trocar de avião. Os brinquedos que ele comprou para o filho desapareceram e ele registrou queixa na companhia aérea.

Fonte: Jornal Hoje - Imagem: Reprodução da TV

JAL prevê atraso em entrega do 787 após Boeing detectar problema


A Japan Airlines não espera que a Boeing entregue o primeiro 787 Dreamliner à companhia aérea japonesa até o fim de fevereiro e está em negociações com a fabricante para uma possível entrega em março.

O atraso no cronograma de entregas acontece porque a linha de montagem já atrasada da Boeing teve um novo imprevisto após a companhia norte-americana ter identificado um problema na fuselagem do avião.

"As negociações (com a Boeing) ainda estão em andamento", disse a porta-voz da JAL, Hunn Yap. A companhia aérea japonesa estava esperando para até março quatro das 35 unidades de 787 que encomendou, mas "com esse andamento, não estamos certos".

Separadamente, a All Nippon Airways (ANA), primeira cliente de 787 da Boeing, disse estar em negociações com a fabricante sobre futuras entregas após os problemas na fuselagem, que, segundo a companhia, "podem resultar em um pequeno atraso na entrega dos 787".

"Não vemos um grande impacto, mas isso pode atrasar as coisas em dois ou três meses", afirmou o porta-voz Ryosei Nomura. A ANA discute o assunto com a Boeing e espera ter uma atualização sobre as entregas nas próximas semanas, acrescentou.

A ANA, que já opera cinco dos mais recentes aviões da Boeing, deve garantir mais 20 até março do próximo ano.

Fonte: Tim Kelly (Reuters) via G1 - Foto: Divulgação

Saúde de piloto de monomotor que caiu em Palestina, SP, é estável


O estado de saúde do piloto do monomotor que caiu em Palestina, no interior de São Paulo, é estável, de acordo com boletim médico divulgado na manhã desta terça-feira (6). Segundo os médicos, a vítima, que não teve o nome divulgado, tem 27 anos e permanece em observação no Hospital de Base de Rio Preto. Ainda não há previsão de alta.

O avião era utilizado para pulverização e caiu em uma propriedade rural na noite desta segunda-feira (7), após a queda a aeronave pego fogo.

Segundo a Polícia Militar, o piloto conseguiu escapar a tempo e pediu ajuda em uma rodovia próxima ao local da queda. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU) com um corte na cabeça, mas reclamava de dores pelo corpo.

Fonte: G1 - Foto: Jornal A Imprensa de Palestina

Avião utilizado em pulverização agrícola cai em Palestina, SP

Ainda não se sabe as causas do acidente.

O piloto conseguiu escapar a tempo e foi atendido pelo SAMU.


Um avião monomotor utilizado para pulverizar eucalipto caiu na noite desta segunda-feira (6) em uma propriedade rural no município de Palestina, no interior de São Paulo. Ainda não se sabe as causas do acidente. A aeronave pegou fogo.


Segundo a Polícia Militar, o piloto conseguiu escapar a tempo e pediu ajuda em uma rodovia próxima ao local da queda. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU) com um corte na cabeça, mas reclama de dores pelo corpo. Ele foi encaminhado para o Hospital de Base de Rio Preto.

Fonte: G1 - Fotos: Jornal A Imprensa de Palestina

Pneu de aeronave estoura e Congonhas fecha por meia hora

Acidente aconteceu às 15h45, momento em que o terminal foi fechado para retirada de objetos da pista

O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, suspendeu as atividades na tarde desta segunda-feira, 6, após o pneu do Boeing 737-8EH, prefixo PR-GTA, da Gol estourar durante o pouso. O terminal ficou fechado entre 15h45 e 16h12, quando as operações foram retomadas em Congonhas.

Segundo a Gol, o voo G3 1535 - que saiu do Rio de Janeiro - precisou passar por uma manutenção não programada logo após o pouso. A empresa destaca que a tripulação realizou a aterrissagem em segurança e que o avião foi rebocado até o terminal. Os passageiros desembarcaram normalmente. A aeronave passa por inspeção pelas equipes de manutenção.

Fontes: Priscila Trindade (estadão.com.br) / Aviation Herald

História: Aconteceu em 6 de fevereiro de 1996 - Tragédia no voo 301

Passava pouco das 11h30 da noite de 6 de fevereiro de 1996 quando os motores Rolls-Royce RB211-535E4 do Boeing 757-200 da empresa turca Birgenair foram acionados. Os dois reatores encheram de som o até então sonolento terminal. Em mais de 8 dias, era a primeira vez que eles giravam. O jato havia passado mais de uma semana parado no aeroporto, desde que havia trazido um grupo de turistas alemães para o sol e as praias imaculadas de Puerto Plata, República Dominicana. Os pilotos tinham uma jornada longa pela frente: iriam cumprir o vôo Birgenair 301 unindo Puerto Plata-Gander-Berlin-Frankfurt. O serviço era oficialmente operado em nome da empresa dominicana Alas Nacionales, que no entanto não dispunha de aeronaves apropriadas para estas etapas e tinha, portanto, de sub-arrendar o jato.


Depois de preparativos absolutamente corriqueiros, o Boeing 757-225 matrícula TC-GEN foi considerado apto para realizar o vôo. A tripulação estava relaxada e bem disposta. Como seus passageiros alemães, os tri[ulantes turcos haviam passado os últimos dias descansando sob o sol caribenho. Doze horas depois, todos estariam desembarcando de volta rumo aos seus lares, bronzeados e revigorados para enfrentar o inclemente inverno europeu.

Naquela noite, o 757 seria o ultimo vôo a deixar o Gregorio Luperón International Airport (IATA: POP, ICAO: MDPP). O taxi foi curto. A aeronave logo pedia autorização para a torre local para decolar até Gander, Terra Nova, Canadá, onde o 757 faria uma escala de reabastecimento antes de seguir para Frankfurt, onde 73 dos 176 passageiros iriam desembarcar. Eles haviam comprado um pacote da agência Öger Tours, que era proprietária da Birgenair e havia cedido o equipamento para essa operação.

O Boeing taxiou normalmente para a pista 08, de 3.081m de comprimento, e pediu autorização para decolar, recebendo de imediato a confirmação da torre. Chovia quando o 757 alinhou na pista. A potência foi aplicada e os motores reagiram normalmente. O comandante soltou os freios e o 757 iniciou sua corrida. Hora de entrarmos em sua cabine de comando e acompanharmos os acontecimentos.

Cap: comandante do vôo 301.
F/O: primeiro-oficial
F/O-RDO: transmissão de rádio do primeiro-oficial
CTR: Controle de santo Domingo.
PNF - (Pilot Not Flying): piloto sentado na cabine, mas não envolvido diretamente na operação.
CAM: sons captados pelo microfone de cabine.

23h41:40 - F/O: Grato, torre, decolagem autorizada.
23h42:08 - CAM: som de motores acelerando ao máximo.
23h42:09 - CAP: EPR selecionado.
23h42:00 - F/O: EPR.
23h42:16 - F/O: potência selecionada.
23h42:18 - CAP: okay, checado.
23h42:23 - F/O: oitenta nós.

Ao passar pela velocidade de cheque de velocímetros (80 nós, aproximadamente150 km/h) o comandante notou que seu air speed indicator (ASI) não funcionava corretamente, embora o do primeiro oficial funcionasse sem problemas.

23h42:24 - CAP: checado.
23h42:26 - CAP: ah... Meu indicador de velocidade não está funcionando.
23h42:28 - F/O: sim.
23h42:32 - F/O: ok, senhor.
23h42:33 - CAP: você me diga as velocidades.
23h42:35 - F/O: V-1.
23h42:36 - F/O: Rotate!
23h42:43 - CAP: positive climb, trem em cima.
23h42:43 - F/O: positive climb.
23h42:44 - CAM: som da alavanca de comando do trem de pouso sendo acionada.
23h42:46 - F/O: trem de pouso em cima.
23h42:50 - F/O: LNAV?
23h42:51 - CAP: sim, por favor.
23h42:52 - F/O: LNAV.
23h42:59 - CAP: Ok.
23h43:00 - F/O: Ah, começou a operar.
23h43:02 - CAP: daria para desligar os limpadores de para-brisa?
23h43:03 - F/O: ok, limpadores de para-brisa desligados.
23h43:08 - CAP: potência de subida (climb thrust).
23h43:09 - F/O: potência de subida.
23h43:16 - F/O: okay, flap speed.
23h43:17 - CAP: flaps cinco.
23h43:24 - CAP: flaps um.
23h43:25 - F/O: flaps em um.
23h43:30 - CAP: trem travado e checado.
23h43:32 - F/O: travado e checado.
23h43:33 - CAP: flaps recolhidos.
23h43:34 - F/O: flaps recolhidos.
23h43:36 - CAP: after takeoff checklist.
23h43:38 - F/O: after takeoff checklist, trem de pouso recolhido e travado, flaps em cima e checados, altímetros depois, after takeoff completo.
23h43:47 - CAP: okay.
23h44:07 - CAP: Acionar piloto automático central.
23h44:08 - F/O: piloto automático central no comando.
23h44:10 - CAP: obrigado.
23h44:12 - CAP: uno zero uno três.
23h44:13 - F/O: uno zero uno três.
23h44:25 - CAP: alarme de rudder ratio, alarme de velocidade.
23h44:28 - CAP: tem alguma coisa errada aí, temos algum problema.
23h44:40 - CTR: Birgenair 301, voe diretona proa de Pokeg.
23h44:43 - F/O-RDO: proa direto para Pokeg.

Nesse momento, o Boeing 757 continuava subindo, e cruzava a marca de 4,700 pés (1.400 m) quando começou a soar o alarme de excesso de velocidade. O velocímetro do comandante indicava 350 nós e comandava a atuação do piloto automático, acionado pouco menos de 30 segundos antes. O piloto automático simplesmente entrou em operação, tratando de atuar de maneira a diminuir a velocidade que o velocímetro faltoso indicava, acima de 350 nós. Para tanto, ele aumentou o ângulo de subida da aeronave, ao mesmo tempo que reduzia automaticamente a potência dos motores. Era noite, o tempo estava ruim, não havia referências visuais externas. Os tripulantes não tinham como checar externamente a linha do horizonte, de modo a verificar a atitude da aeronave em relação ao horizonte. Dependiam apenas de instrumentos que davam indicações conflitantes.

O jato na prática voava a 220 nós, com o nariz subindo e a velocidade caindo. Em segundos, não teria mais condições aerodinâmicas para continuar voando. No entanto, os tripulantes estavam confusos, observando as indicações conflitantes dos instrumentos e tentando descobrir a causa dessas anomalisas, como o diálogo seguinte deixa claro:

23h44:44 - CAP: okay, tem alguma coisa errada aí, você está vendo?
23h44:46 - F/O: tem alguma coisa maluca aí, está mostrando 200 nós o meu velocímetro e diminuindo, comandante.
23h44:52 - CAP: então os dois velocímetros estão errados. O que podemos fazer?
23h44:54 - CAP: vamos checar os dois disjuntores.
23h44:55 - F/O: sim.
23h44:57 - CAP: o alternado está correto.
23h44:59 - F/O: alternado está correto.
23h45:04 - CAP: como se o avião ainda estivesse no solo ou algo parecido...
23h45:07 - CAP: dando indicações como assimetria nos elevadores ou coisas assim.
23h45:11 - CAP: não acredito nessa indicação.
23h45:23 - PNF: vamos religar os disjuntores?
23h45:24 - CAP: sim, religue.
23h45:25 - PNF: para entendermos a razão?
23h45:27 - CAP: sim.
23h45:28 - PNF: okay... Voltaram... Não faz sentido.
23h45:39 - CAP: diminua a velocidade, você vai ver.
23h45:39 - CAM: (alarme de excesso de velocidade deixa de soar)
23h45:40 - F/O: então, agora temos menos de 350 nós.
23h45:47 - CAP: vamos fazer então assim.

Quando o velocímetro do co-piloto, que funcionava normalmente, passou pela marca de 200 nós e decrescendo, os dois pilotos ficaram completamente confusos. Afinal, segundos antes o alarme de excesso de velocidade havia soado. A conclusão dos pilotos foi de que os dois velocímetros estavam funcionando de forma errada, quando na prática apenas o do comandante é que tinha problemas. Os motores foram reduzidos. O 757 na verdade, agora voava a menos de 200 nós. Os pilotos, confusos, acreditavam que a aeronave desenvolvia mais do velocidade suficiente para voar, até mesmo ultrapassando a máxima velocidade operacional (VNE) quando, na verdade, o 757 encontrava-se já à beira de estolar, devido à baixa velocidade aerodinâmica. Isso ficaria claro nos segundos seguintes.

23h45:50 - CAM: som de quatro alertas sonoros.
23h45:52 - CAM: som do início da ativação do stick-shaker, que permaneceria ativado até o fim da gravação.
23h45:56 - CAM: som de quatro alertas sonoros.

Os instrumentos agora dão claros sinais de que a aeronave está estolando, o que deixa a tripulação ainda mais confusa e já desesperada. No Segundo seguinte, o jato efetivamente estola. Sua asa direita perde sustentação, o nariz aponta para o oceano, o Boeing inicia um mergulho.

23h45:56 - CAP: ah, ***.
23h45:57 - F/O: ***... Comandante.
23h46:00 - PNF: a atitude...
23h46:05 - CAP: ***.
23h46:07 - F/O: nariz para baixo!
23h46:19 - F/O: ***.
23h46:22 - PNF: mas... Agora... Que diabos...
23h46:23 - F/O: potência!
23h46:25 - CAP: disconectar o piloto automático. Ele está disconectado?
23h46:27 - F/O: está!
23h46:39 - CAP: como, não estamos subindo? O que eu posso fazer?
23h46:43 - F/O: nivele, a altitude está okay, estou selecionando o altitude hold, comandante.
23h46:47 - CAP: selecione, selecione!
23h46:48 - F/O: altitude hold.
23h46:51 - F/O: okay, cinco mil pés.

23h46:52 - CAP: manetes de potência, dê potência, dê potência, dê potência, dê potência!

O comandante manda aplicar potência manualmente. No entanto, os motores levam alguns segundos para reagir e o jato continuava despencando rumo ao Oceano Atlântico, que agora encontrava-se apenas algumas centenas de metros abaixo da aeronave. Faltavam poucos segundos para o trágico desfecho do Birgenair 301.

23h46:54 - F/O: retardar.
23h46:54 - CAP: dê potência, não retarde, não retarde, não retarde, não retarde!
23h46:56 - F/O: okay, dando potência, dando potência!
23h46:57 - CAP: não retarde, por favor, não retarde!
23h46:59 - F/O: manete aberta, comandante, manete aberta!
23h47:01 - F/O: ***!
23h47:02 - PNF: comandante, puxe, levante o nariz!
23h47:03 - CAP: o que está acontecendo!?
23h47:05 - F/O: oh, o que está acontecendo!?
23h47:09 - PNF: ***!
23h47:09 - CAM: (GPWS) Pull Up! Too Low! Too Low! Pull Up.
23h47:13 - F/O: vamos tentar fazer assim.
23h47:14 - PNF: ah, meu Deus.

23h47:17 - Fim da gravação.

O 757 bateu no mar com enorme violência, desintegrando-se instantaneamente e matando todos os seus ocupantes, 13 tripulantes e 176 passageiros numa fração de segundo. Nos dias seguintes, as Guardas costeiras da Marinha dos Estados Unidos e da República Dominicana engendraram enormes esforços para recuperar os destroços do jato, em águas profundas e infestadas de tubarões. Embora boa parte da estrutura do jato tivesse sido recuperada, a peça-chave para elucidar a tragédia, o tubo de pitot que alimentava os instrumentos do comandante, jamais foi encontrada.

Investigadores descobriram que, nos dias anteriores ao acidente, o 757 permaneceu estacionado com o tubo pitot descoberto, isto é, sem proteção alguma. Embora não possoa ser comprovada, a tese mais proveavel é que insetos, provavelmente vespas da espécie Sceliphron caementarium, comuns na ilha, teriam adentrado pela abertura do pitot, tratando de construir um ninho na parte interna do tubo e entupindo o mesmo. Sem deixar qualquer sinal externo aparente, essa é uma possibilidade concreta e que explicaria o mau funcionamento do sistema e as falsas indicações ao velocímetro do comandante. Seja o que quer que tenha causado o entupimento do pitot, o fato é que a Birgenair não teve o devido cuidado de proteger a sensível entrada estática. Um pequeno deslize, um detalhe que custou 189 vidas inocentes naquela trágica noite na República Dominicana.

Memorial às vítimas da tragédia, em Puerto Plata
Fonte: Emerson Signoberto Daniel (SBLO/LDB) - AeroFórum - Imagens: Wikipédia

Risco de trombose em avião é o mesmo em todas as classes


 Pode até ser desconfortável, mas fazer longas viagens de avião na classe econômica não mata ninguém. Pelo menos segundo os médicos da ACCP, uma das principais associações de especialistas na área de tórax dos Estados Unidos.

A chamada "síndrome da classe econômica", que culpava o diminuto espaço entre as poltronas pelo aumento de problemas circulatórios, não tem evidência científica, concluíram os profissionais, após revisão da literatura.

Viajar na janela, por outro lado, pode contribuir para esses transtornos, independentemente do valor do bilhete. Isso porque quem senta no canto, com a passagem bloqueada por outros passageiros, tende a se mexer bem menos no trajeto.

"Viajar na classe econômica não aumenta o risco de desenvolver um coágulo, mesmo durante voos de longa distância. Por outro lado, permanecer imóvel durante muito tempo, sim", diz Mark Crowther, coautor do trabalho, publicado na revista "Chest", e professor da Universidade McMaster, no Canadá.

Riscos

Viagens longas comprovadamente aumentam as chances de transtornos ligados à circulação. Embora isso também aconteça em transportes terrestres, como em trens e ônibus, os riscos se elevam muito no deslocamento por avião, devido à conjunção de fatores como imobilidade, altitude e diferença de pressão.

Um dos problemas mais graves a que o passageiro está exposto é ter trombose venosa profunda, que acontece quando um coágulo obstrui uma veia profunda e dificulta ou impede a circulação de sangue em uma área.

Em pouco tempo, o coágulo pode levar à chamada embolia pulmonar -que acontece quando ele obstrui uma artéria próxima aos pulmões.

Algumas pessoas são mais suscetíveis a esse problema, como idosos, gestantes, obesos e mulheres que usam pílulas anticoncepcionais.

"Antes de viajar, quem está no grupo de risco ou tem histórico próprio ou familiar com trombose deve consultar um especialista e avaliar a necessidade de tratamento preventivo", diz o médico Calogero Presti, presidente da SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular).

A entidade americana recomenda que passageiros de voos com mais de seis horas procurem se movimentar periodicamente. Para quem está no grupo de risco, a recomendação é dar preferência aos assentos no corredor.

Segundo Presti, tomar sedativos, especialmente em conjunto com bebidas alcoólicas, agrava as chances de ter uma trombose.

"A pessoa dorme de qualquer jeito, pressionando e comprimindo as pernas."

Segundo o médico, mesmo que a pessoa não saia da poltrona, o ideal é movimentar braços e pernas constantemente ao longo do trajeto.

Fonte: Giuliana Miranda (Folha.com)

Avião passa por turbulência, faz pouso forçado em MT e 5 ficam feridos

Aeronave seguia de Porto Velho (RO) para Confins (MG).

Pouso ocorreu no aeroporto da região metropolitana de Cuiabá.


Cinco pessoas, entre passageiros e tripulantes da companhia Trip Linhas Aéreas, ficaram feridas depois que a aeronave Embraer 190-100LR, prefixo PP-PJL, fez um pouso forçado no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, no final da tarde de domingo (5).

De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o voo T4-5343 saiu de Porto Velho (RO) com destino a Confins (MG), quando enfrentou uma forte turbulência e precisou interromper viagem.

Por volta das 17h40 (horário de Mato Grosso), o avião com 82 passageiros pousou em solo mato-grossense para que as vítimas fossem atendidas. Entre os feridos, quatro passageiros e uma comissária de bordo. Ela estaria servindo refeições no momento. Todos foram encaminhados para um hospital de Cuiabá, medicados e liberados ainda na noite de domingo. Segundo a Infraero, a aeronave permaneceu por cerca de três horas no aeroporto antes de seguir viagem novamente.

Alguns passageiros foram remanejados para outra companhia aérea e embarcaram em direção a Minas Gerais. Outros aguardaram na mesma aeronave que fez o pouso forçado e seguiram viagem pouco tempo depois. A assessoria de imprensa da empresa foi procurada pelo G1, mas nenhum representante foi localizado.

Fontes: Leandro J. Nascimento (G1) / Aviation Herald

Pouso forçado em aeroporto de Mato Grosso será investigado, diz empresa

Quatro pessoas estavam na aeronave, mas ninguém se feriu.


Pouso ocorreu nesta terça (31), em Várzea Grande, região metropolitana.

O Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes (Cenipa) deverá investigar as causas que levaram uma aeronave de pequeno porte fazer um pouso forçado no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, nesta terça-feira (31). A empresa de táxi aéreo Asta, por meio de nota enviada à imprensa, informou que não se sabe o que ocorreu com a aeronave.

De acordo com a Asta, trata-se de um avião Embraer EMB-810D, prefixo PT-VNO, e que transportava dois passageiros e contava com dois tripulantes a bordo. O pouso teria ocorrido por volta das 11h10 e apesar do susto, ninguém ficou ferido. De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a pista ficou interditada para pousos e decolagens por cerca de 50 minutos.


Conforme explicou o sub-comandante do 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros em Várzea Grande, capitão Marcelo Augusto Revelis Carvalho, água e espuma foram utilizados para evitar explosão da aeronave ou mesmo um princípio de fogo. "O avião veio para a aterrissagem com o trem de pouso armado, pelo menos aparentemente. Quando fez o toque ao pousar, o trem quebrou e ele [avião] foi de barriga no chão", disse o militar em entrevista ao G1.

Fonte: G1 - Foto: flapeado (Fórum Contato Radar)

Avião da Vasp é vendido por R$ 133 mil em leilão

Informação é do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Aeronave não tem licença para voar; sucata também foi vendida.

Uma aeronave Boeing 737-200 da Vasp foi arrematada em leilão por R$ 133 mil nesta segunda-feira (6), de acordo com informações do Tribunal de Justiça de São Paulo. A aeronave, que era avaliada em R$ 100 mil, está inteira, mas não tem mais licença para voar.

Aeronave Boeing 737 - 200 leiloada nesta segunda-feira (6), em foto divulgada pela
empresa Freitas Leiloeiro oficial, que realizou o evento
Além do avião, foram leiloados quatro lotes de sucatas resultantes do desmonte de quatro aviões da ex-companhia aérea, avaliados em R$ 30 mil cada um: todos foram vendidos com ágio, segundo o TJ-SP. Um foi por R$ 42 mil, dois por R$ 40 mil, e um por R$ 36 mil.

O dinheiro arrecadado no leilão, segundo o TJ-SP, será usado no pagamento de dívidas da Vasp, cujo passivo é estimado em R$ 5 bilhões. Dívidas trabalhistas terão prioridade, informou o tribunal.

O leilão aconteceu na na Casa de Portugal, em São Paulo, e foi conduzido pela 1ª Vara de Falências de São Paulo, onde tramita o processo de falência da Vasp. A proposta vencedora foi feita por um comprador de Araraquara que diz não ter a intenção de desmontar a aeronave.

                                         Lote de sucata também foi arrematado no leilão                                    
Segundo informações do Conselho Nacional de Justiça, tanto o avião que foi leiloado inteiro que já foram desmontados e viraram sucata estão parados no aeroporto de Congonhas (SP) desde a decretação da falência da empresa, em 2008.

Ainda de acordo com o CNJ, o desmonte e leilão dos aviões, bem como a venda das peças, fazem parte do programa Espaço Livre – Aeroportos, da Corregedoria Nacional de Justiça e tem o objetivo de remover dos aeroportos toda a sucata de aviões pertencentes a empresas aéreas que faliram nos últimos anos e que ainda ocupam espaços nos terminais.

De acordo com o juiz da 1ª Vara de Falências, Daniel Carnio Costa, há outras 22 aeronaves que serão leiloadas. Uma delas, que está em bom estado e foi um dos primeiros Boeings a voar no país, também será vendida inteira.
O patrimônio da Vasp, segundo o TJ-SP, inclui também cerca de 80 mil peças de aviões antigos. Entre o material estão asas, turbinas, pneus, mesas de refeição, tapeçaria, peças de freios e motor, válvulas de pressão e combustível etc.

Fonte: G1 - Fotos: Divulgação

Greve do setor aéreo força mais cancelamentos na Air France

O recrudescimento da greve do setor aéreo na França nesta terça-feira levou a mais cancelamentos de voos da companhia Air France.

Uma porta-voz da empresa reiterou no começo da manhã à Agência Efe que a Air France espera manter mais de 50% dos voos de longa distância, contra 85% garantidos ontem, o primeiro dia de greve.

Nos trajetos de curta e média distância, a companhia aérea espera cumprir 70% de sua previsão, contra 75% da véspera, acrescentou a porta-voz.

A funcionária reconheceu que é muito cedo para confirmar as projeções, algo que ficará mais claro no início da tarde, e lembrou que os trabalhadores podem declarar-se em greve de repente, o que produziria novos cancelamentos pouco antes das decolagens.

A companhia enviou ontem 25 mil mensagens - entre SMS e e-mails - a seus clientes para advertir-los dos incidentes em suas viagens.

A greve, convocada em princípio com uma duração de quatro dias, é um protesto contra uma proposta de lei do Governo francês para obrigar os trabalhadores das companhias aéreas a manifestar com 48 horas de antecipação se farão ou não greves para que as empresas possam organizar-se e avisar aos clientes.

Fonte: EFE via Folha.com

Conheça o consórcio que ganhou a concessão do aeroporto de Brasília

Consórcio Inframérica é composto pela Infravix e pela argentina Corporação América

Aeroporto de Brasília: lance vencedor foi de 4,5 bilhões de reais
Com um ágio de 673,39% sobre o valor inicial, o Consórcio Inframérica apresentou a proposta vencedora no leilão de concessão do aeroporto de Brasília, realizado hoje. O lance apresentado foi de 4,5 bilhões de reais e as empresas poderão administrar o aeroporto pelos próximos 25 anos. O consórcio é composto pela Infravix Participações (50%) e pela argentina Corporação América (50%).

O Consórcio Inframérica já tem a concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. O contrato de concessão foi assinado em novembro do ano passado. A pretensão do governo local é que o aeroporto de São Gonçalo do Amarante seja um dos maiores da América Latina e grande responsável pela movimentação de cargas e passageiros do Rio Grande do Norte.

Infravix

A Infravix é o braço do grupo Engevix dedicado a obras de infraestrutura e de grande porte. A Engevix já participou de projetos de reformas de cerca de 15 aeroportos no Brasil, dentre eles o Galeão, no Rio de Janeiro, Confins, em Belo Horizonte, Congonhas, em São Paulo e o próprio aeroporto de Brasília.

A Engevix foi fundada em 1965 e desenvolve atividades de prestadora de serviços em diversos setores da economia, como energia, óleo e gás, químico e petroquímico, indústrias de base e infraestrutura. Em 2010, a empresa registrou um volume de pedidos em carteira de 3 bilhões de reais. A empresa atua também em Angola, no México e no Peru.

Corporação América

A Corporação América é uma holding argentina que atua em aeroportos, infraestrutura e energia, além de outros setores. A Corporação América atua em aeroportos da Argentina, Uruguai, Equador, Peru, Armênia e Itália. A empresa possui 89% da Aeropuertos Argentina 2000 - que opera um sistema aeroportuário que administra 90% do tráfego de passageiros da Argentina.

Fonte: Beatriz Olivon (Exame.com) - Foto: Ana Araújo

Conheça o Consórcio Aeroportos Brasil, que irá operar em Viracopos

Triunfo, UTC e francesa Egis se unem para administrar um dos aeroportos mais cobiçados do país

Aeroporto de Viracopos: consórcio vencedor fez um lance de 3,821 bilhões de reais
O aeroporto de Viracopos teve o segundo maior crescimento do mundo, em 2010, e é um dos principais a operar no país. Localizado na cidade paulista de Campinas, ele passará a ser operado pelo Consórcio Aeroportos Brasil, vencedor do leilão dos aeroportos, que aconteceu nesta manhã, na BMF&Bovespa, em São Paulo.

O consórcio é formado por três empresas: TPI - Triunfo Participações e Investimentos S.A. (com participação de 45%), UTC Participações S.A. ( com outros 45%) e Egis Airport Operation (com os 10% restantes). Elas foram representadas no leilão por meio da corretora Planner. O prazo de concessão para Viracopos será de 30 anos.

Juntas, as companhias fizeram um lance de 3,821 bilhões de reais, com um ágio de 159,75% e todas possuem ampla experiência em serviços de concessão de serviço, engenharia e operação no segmento de transporte – porém, cada uma tem uma especialidade peculiar.

Triunfo Participações

A Triunfo Participações atua, desde 1999, no segmento rodoviário por meio de suas controladas Concepa, Concer e Econorte, localizadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Detém também participação acionária majoritária na Rio Guaíba, Rio Bonito e Rio Tibagi, empresas que prestam serviços gerais às suas concessionárias.

Portos e hidrelétricas também estão no portfólio da companhia, que detém controle em uma sociedade autorizada a explorar o Terminal Portuário de Navegantes, através da Portonave, destinado à movimentação de contêineres. É também titular, por meio da controlada Rio Verde, de uma concessão para exploração da Usina Hidrelétrica Salto, em Goiás.

A empresa ainda possui uma área de 190 hectares no Porto de Santos, além de participação majoritária nas empresas NTL e Vessel-Log, dona dos navios Atlântico e Mediterrâneo, que fazem parte dos planos de atuar no ramo de cabotagem.

UTC

Já a empresa de engenharia industrial UTC se destaca nos segmentos de produção e processamento de petróleo e gás, petroquímica, geração de energia, siderurgia, papel e celulose, metalurgia, construção e manutenção industrial. Criada em 1974, a empresa faz gerenciamento, construção, montagem e manutenção tanto de pequenas unidades a grandes complexos integrados, inclusive plataformas offshore.

Atualmente, tem duas bases de operações offshore em Niterói e Macaé, ambas no Rio de Janeiro, localizadas estrategicamente próximas à Bacia de Campos e ao Pólo de Construção Naval da Baía de Guanabara.

Egis Airport Operation

A operadora francesa tem a concessão de 11 aeroportos no mundo todo – no total, é responsável pelo gerenciamento do transporte aéreo de 13 milhões de passageiros. Com 190 funcionários, sede na França e um volume de negócios de mais de 31,4 milhões de euros, a Egis Airport Operation foi criada em 1969 como Sofréavia, e se tornou Egis Avia em 2006, quando se juntou ao grupo Egis.

O negócio da companhia é oferecer um conjunto completo de serviços e produtos ao segmento de transporte aéreo, tanto com gerenciamento de tráfego, como de aeroportos e operações aéreas.

Fonte: Tatiana Vaz (Exame.com) - Foto: Bia Parreiras/Viagem e Turismo

Quem são a Invepar e a ACSA, os novos donos de Cumbica

Estatal sul-africana de aeroportos se une a fundos de pensão brasileiros para levar o maior aeroporto do país

Foto: Mário Rofrigues/VEJA São Paulo
Pelos próximos 20 anos, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, ou Cumbica, para os paulistanos, será administrado por um consórcio composto por fundos de pensão brasileiros e pela operadora estatal sul-africana de aeroportos – a Airports Company South Africa (ACSA).

A concessão foi arrematada na manhã desta segunda-feira. O consórcio ofereceu 16,213 bilhões de reais pelo direito de operar o maior aeroporto do país. O lance foi 26% maior que os 12,863 bilhões propostos pelo segundo colocado, o consórcio Aeroportos do Brasil, formado pela Triunfo Participações, UTC e Egis Airport.

Os fundos de pensão, representados pela Invepar, detêm 90% do consórcio vencedor. Já a ACSA responde pelos 10% restantes. Veja, a seguir, qual é a experiência dessas empresas no ramo de concessões públicas:

Invepar: foco em metrô e rodovias

A Invepar foi fundada em março de 2000, com o objetivo de participar de concessões no setor de infraestrutura. Atualmente, seus sócios são a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil); Petros (dos funcionários da Petrobras); Funcef (da Caixa Econômica Federal) e o grupo OAS.

Além do recém-conquistado aeroporto de Cumbica, a Invepar detém outras seis concessões em infraestrutura: o Metrô Rio, que opera as linhas 1 e 2 do metrô carioca; a Bahia Norte, em parceria com a Odebrecht, que opera as rodovias do sistema BA 093; Linha Amarela, uma das mais importantes vias expressas do Rio de Janeiro; CLN, que administra a rodovia BA 099, no Norte da Bahia; Cart, consórcio que opera a rodovia Raposo Tavares; CRT, da rodovia Rio-Teresópolis; e a CRA, responsável pelo complexo viário de Suape, em Pernambuco.

A Invepar encerrou 2010 (dados mais recentes) com uma receita de 740,483 milhões de reais, e um prejuízo líquido de 10,7 milhões de reais.

ACSA: a estatal dos aeroportos sul-africanos

Criada em 1993, a Airports Company South Africa (ACSA) é a companhia estatal que administra os aeroportos da África do Sul. Sem contar Cumbica, a ACSA opera 10 aeroportos no país: O.R.Tambo; Cape Town; King Shaka; Port Elizabeth; East London (apesar do nome, fica na África do Sul); Bloemfontein; George Airport; Upington; Kimberley; e Pilanesberg.

Além deles, a ACSA também participa, desde 2006, do consórcio que opera o aeroporto internacional de Mumbai (Mial), na Índia. A estatal encerrou 2010 (últimos dados disponíveis) com uma receita de 4,658 bilhões de rands (cerca de 617 milhões de dólares).

Fonte: Márcio Juliboni (Exame.com)

Ágio indica que governo subestimou preços dos aeroportos

Para especialistas, licitação mostrou que Brasil inspira confiança dos investidores, mas divergência entre ofertas chama a atenção


Os elevados ágios oferecidos para os três aeroportos abertos à iniciativa privada na segunda-feira e a grande divergência entre os preços ofertados pelo primeiro e segundo colocados no leilão do terminal de Cumbica, em Guarulhos (SP), chamaram a atenção de especialistas em processos de licitação.

Além de engordar os cofres públicos em R$ 24,5 bilhões, as ofertas agressivas mostraram que o Brasil inspira confiança nos investidores. No entanto, no aeroporto de Cumbica, em especial, o elevado ágio pago pelo consórcio vencedor indica que o governo errou na avaliação do terminal.

Segundo o professor de economia da faculdade Ibmec do Rio de Janeiro, Mauro Rochlin, o ágio muito alto mostra que o preço mínimo fixado pelo governo pode ter sido muito baixo. “Também suscita, no mínimo, curiosidade o fato de o maior lance [para o aeroporto de Guarulhos] ter sido apresentado por um consórcio formado por fundos de pensão”, afirma Rochlin. Segundo ele, outro ponto que chama a atenção foi a ausência de grandes operadoras estrangeiras no leilão dos aeroportos, que acabaram nas mãos de operadoras menores.

A Invepar, a vencedora do leilão de Guarulhos, é quase toda de propriedade dos fundos de pensão de estatais brasileiras. Seu maior acionista é a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Previ, o maior fundo de pensão brasileiro, com 36,85%. Também participam do consórcio a Petros, da Petrobras, e a Funcef.

“Fizemos um estudo de meses sobre o potencial de Viracopos e acreditamos que o lance dado não foi alto, e sim condizente com o valor de mercado [do aeroporto]”, afirma Mário Luiz Ferreira de Mello Santos, presidente da consultoria Aeroservice, que trabalhou para o consórcio Aeroportos Brasil, que venceu a concessão. Viracopos foi arrematado com ágio de 157% em relação ao mínimo determinado para o leilão.

Segundo Marcos Mellão, da empresa de consultoria DealMaker, o ágio oferecido por Guarulhos foi “surpreendente”. O consórcio pagou R$ 16,2 bilhões pela concessão, R$ 4 bilhões a mais que o segundo colocado, tanto que seu lance foi seguido por um coro de “ós” da plateia presente ao leilão, na segunda-feira, tamanha a surpresa com o preço oferecido.

“Pelo visto, os consórcios fizeram contas diferentes [para avaliar o aeroporto]. Tudo indica que a Invepar quis entrar no leilão para ganhar e assustar a concorrência”, afirmou Mellão, que também levanta a hipótese de o preço mínimo ter sido subavaliado pelo governo.

No setor de licitações, os especialistas costumam utilizar o termo “winner curse”, ou a “maldição do vencedor”, diz o consultor. Muitas vezes, os vencedores dos leilões descobrem que seus rivais tinham em mente preços muito mais baixos e que acabaram pagando bem mais do que poderiam.

Segundo ele, não é usual que os interessados apresentem o seu melhor preço logo de primeira. Normalmente, eles fazem lances menores e vão melhorando suas propostas, até um teto pré-definido pelos sócios do consórcio. Mas como a diferença de preços foi muito grande com o segundo colocado, é provável que a Invepar tenha saído com um valor já próximo de sua melhor oferta.

“É difícil saber qual era a estratégia de cada consórcio. Mas parece que a Invepar quis garantir que venceria o leilão, já que cada consórcio só poderia levar um aeroporto”, afirmou Lirismar Campelo, especialista em direito administrativo do Vieira e Pessanha Advogados.

Fundos não devem ser problema

Mellão e Campelo avaliam, contudo, que os fundos de pensão não serão um problema para a gestão dos aeroportos, apesar de serem de empresas estatais. “As empresas podem ser estatais, mas os fundos de pensão não. A gestão dos fundos é igual à de uma empresa privada”, diz Mellão. É natural, segundo ele, que os fundos participassem do processo de licitação dos aeroportos porque só eles têm os elevados recursos necessários para aportar em infraestrutura.

Veja os consórcios vencedores dos aeroportos:

Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro (Guarulhos/SP)
Vencedor: Consórcio Invepar ACSA
Preço final: R$ 16,213 bilhões
Preço mínimo: R$ 3,4 bilhões
Ágio: 373,51%
Prazo de concessão: 20 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 1,38 bilhão
Investimentos totais: R$ 4,6 bilhões
Contribuição anual ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC): 10% da receita bruta

Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek (Brasília/DF)
Vencedor: Consórcio InfrAmérica
Preço final: R$ 4,51 bilhões
Preço mínimo: R$ 582 milhões
Ágio: 673,39%
Prazo de concessão: 25 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 626,53 milhões
Investimentos totais: R$ 2,8 bilhões
Contribuição anual ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC): 2% da receita bruta

Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas/SP)
Vencedor: Consórcio Aeroportos Brasil
Preço final: R$ 3,821 bilhões
Preço mínimo: R$ 1,5 bilhão
Ágio: 159,75%
Prazo de concessão: 30 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 873,05 milhões
Investimentos totais: R$ 8,7 bilhões
Contribuição anual ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC): 5% da receita bruta

Fonte: Claudia Facchini e Yan Boechat (iG) - Foto: AE

Aeroportos: jornais estrangeiros dizem que perdedores são vencedores


O leilão de concessão para três aeroportos brasileiros, realizado na segunda-feira, repercutiu em jornais e agências especializadas internacionais. De modo geral, a imprensa global ressaltou que as grandes empresas ficaram de fora, deixando a operação a grupos "menores". O Financial Times questionou se os novos concessionários são "sortudos" ou "azarados", enquanto a agência especializada em economia Bloomberg afirmou que os "perdedores" são na verdade os "ganhadores".

O mesmo movimento foi sentido nas ações da única empresa vencedora listada na Bovespa, a Triunfo Participações, que caíram logo após o leilão, enquanto os preços de suas concorrentes subiam. Segundo o Wall Street Journal, a entrega dos terminais à iniciativa privada não tira o domínio estatal, já que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve financiar até 80% das reformas com taxas de juros mais baixas que o mercado.

Além disso, o grupo que ficou com a operação do maior terminal, em Guarulhos, é formado em grande parte por fundos de pensões estatais, como da Petrobras e Banco do Brasil, assinalou o Financial Times. Em seu site, o jornal citou também desafios "mais estranhos", como o problema para chegar ao aeroporto em 1º de janeiro por causa de uma convenção religiosa no acesso ao terminal.

O leilão

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou nesta segunda-feira um leilão para transferir ao setor privado a exploração de três terminais aéreos internacionais: o de Cumbica, em Guarulhos, o de Viracopos, em Campinas e o Juscelino Kubitschek, em Brasília. O aeroporto de Brasília foi o que teve o maior valor acima da oferta mínima exigida pelo governo. O consórcio Inframerica Aeroportos levou a concessão na capital federal com a oferta de R$ 4,5 bilhões, ante preço mínimo de R$ 582 milhões - um ágio de 673%.

O consórcio formado por Invepar, OAS e a sul-africana ACSA, apresentou a melhor oferta econômica pela concessão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), no valor de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 375% sobre o preço mínimo de R$ 3,4 bilhões. Já o consórcio que inclui a Triunfo Participações e a francesa Egis Airport Operation fez a proposta financeira mais elevada pelo aeroporto de Viracopos (SP), de R$ 3,8 bilhões. O preço mínimo era de R$ 1,47 bilhão - um ágio de 159%. Os três aeroportos respondem, conjuntamente, pela movimentação de 30% dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro.

Investimentos

Até o final da concessão de cada aeroporto estão previstos investimentos da ordem de R$ 4,6 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,8 bilhões em Brasília. Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos. Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos.

Copa 2014

As concessionárias também têm investimentos mínimos estabelecidos para obras concluídas até a Copa de 2014. Para Brasília, estão previstos R$ 626,5 milhões, que devem ir para um novo terminal de passageiros para pelo menos dois milhões de pessoas por ano. Em Viracopos, a vencedora do leilão terá que colocar R$ 873 milhões, incluindo um terminal para 5,5 milhões de passageiros por ano. Já em Cumbica, a empresa deverá construir um terminal para sete milhões e fazer investimento de R$ 1,38 bilhão. Além disso, estão previstas obras de ampliação de pistas, pátios, estacionamentos, vias de acesso. Os contratos assinados determinam o estabelecimento de padrões internacionais de qualidade de serviço.

O que muda na operação

- A estatal Infraero é responsável pela operação dos aeroportos no Brasil

- Agora, nos aeroportos concedidos, a Infraero será sócia dos concessionários privados, com participação de 49%

- A partir do contrato, haverá um período de transição de seis meses no qual a concessionária administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero. Após esse período, que pode ser prorrogado por mais seis meses, o novo controlador assume o controle das operações do aeroporto

- A Infraero continuará operando 63 aeroportos no País, responsáveis pela movimentação de cerca de 67% do total de passageiros

- Não há previsão de aumento ou diminuição das tarifas

Fonte: Terra

Iniciativa privada vai administrar três dos maiores aeroportos brasileiros

O que muda para o passageiro? Haverá um período de adaptação, mas as mudanças só devem ser sentidas mais perto da Copa do Mundo.


Três dos maiores aeroportos brasileiros agora vão ser administrados pela iniciativa privada. O leilão foi na segunda-feira (7) e surpreendeu pelo valor arrecadado: R$ 24,5 bilhões. O que muda para o passageiro? Por enquanto, pouca coisa deve mudar, porque haverá um período de adaptação. As mudanças só devem ser sentidas mais perto da Copa do Mundo.

Batido o último martelo: R$ 24,5 bilhões foram apurados, bem acima do valor mínimo estabelecido. O maior ágio, de 673%, foi do Aeroporto de Brasília, vendido por R$ 4,51 bilhões. Pelo Aeroporto de Guarulhos, foram mais de R$ 16,21 bilhões, com ágio de 373%. Viracopos, em Campinas, teve ágio de 159% e custou R$ 3,82 bilhões.

Nos três casos, grupos brasileiros se associaram a empresas estrangeiras: sul-africana em Guarulhos; argentina em Brasília; e francesa em Viracopos. Como recuperar investimentos tão grandes? “Com as atividades não reguladas: informatização do aeroporto, adequação de lojas, locação dessas lojas, melhoria do sistema de transportes, publicidade que pode ser explorada. Enfim, uma série de outros serviços que a iniciativa privada é altamente criativa”, afirma Gilson de Lima Garófalo, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP).

Mais do que a possibilidade de faturamento e lucro imediatos, o que atrai os investidores neste momento é a capacidade de expansão do negócio. É por isso que, segundo os especialistas, um aeroporto como Congonhas, saturado, não despertaria tanta atenção em um leilão. Crescer para onde? Já o Brasil como um todo, quando se trata de transporte aéreo, é visto como a bola da vez.

“Não existe espaço de crescimento na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto, no ano passado, nós crescemos aqui em 14%, isso só no tráfego de passageiros, no mundo se cresceu em 4%”, acrescenta o professor Gilson de Lima Garófalo.

Além dos valores dos lances, que serão pagos parceladamente, os compradores se comprometeram a investir mais R$ 16 bilhões nos três aeroportos, sendo quase R$ 3 bilhões até a Copa do Mundo, e ainda percentuais de 2% a 10% sobre a renda bruta destinados ao Fundo Nacional de Aviação Civil.

E mudanças na vida dos passageiros? Quando começarão a ser sentidas? “Num primeiro momento, não vai acontecer muita coisa, porque esse primeiro momento demora de seis meses a um ano. A partir daí a gente deveria começar a sentir que foram feitos alguns investimentos. Isso faz com que eu e as pessoas, como clientes, se sintam melhores”, acredita o professor Oscar Malvessi, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Depois que o contrato for assinado, vai haver um período de transição de seis meses, no qual a concessionária vai administrar o aeroporto em conjunto com a Infraero. Esse prazo é prorrogável por mais seis meses. Os três terminais leiloados na segunda-feira (6) respondem por 30% do número de passageiros de todo o país.

Fonte: Bom Dia Brasil - Imagem: Reprodução da TV