sexta-feira, 19 de abril de 2013

Avião bate em rede de alta tensão e cai em represa em Cosmópolis, SP

Monomotor atingiu área próxima à Usina Ester, às margens da SP-332.

Ainda não há informações oficiais sobre mortos ou feridos no acidente.

Um avião monomotor caiu na tarde desta sexta-feira (19) em uma represa em Cosmópolis (SP). Segundo a Polícia Militar, a aeronave chegou a bater em cabos de alta tensão da rede elétrica antes de atingir a represa, que fica perto da Usina Ester, às margens da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), que liga a cidade a Paulínia (SP). Ainda não há informações sobre mortos ou feridos no acidente.

Equipes da PM e do Corpo de Bombeiros da região estão no local para atender a ocorrência. O G1 apurou que um ultraleve experimental que partiu de Americana (SP) e não retornou ao local de origem no horário programado estaria envolvido no acidente. O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) relatou que ainda não tem informações oficiais sobre o caso.

Fonte: G1 Piracicaba e Região 

Justiça de Rio Preto, SP, arquiva processo de acidente com Marrone

Cantor caiu com o helicóptero no recinto de exposições em Rio Preto.

Arquivamento foi pedido pelo Ministério Público por falta de provas.


A Justiça de São José do Rio Preto (SP) arquivou nesta quinta-feira (18) o processo que investigava o acidente com o helicóptero do cantor Marrone. A decisão é do juiz substituto da 4ª vara criminal, Luiz Gonçalves da Cunha.

O pedido do arquivamento foi feito pelo Ministério Público por falta de provas. Em maio de 2011, a aeronave, que transportava Marrone, caiu no recinto de exposições da cidade, logo depois de decolar do aeroporto de Rio Preto.

O cantor foi acusado de estar pilotando o próprio helicóptero no momento da queda. O acidente deixou duas pessoas gravemente feridas. O piloto teve o pé esquerdo amputado. Já o primo do cantor sofreu traumatismo craniano, fraturas nos braços e quadril.

Em depoimento, o primo do cantor, que estava na aeronave, negou que Marrone estava no comando. Até hoje, o laudo da aeronáutica, com as causas do acidente ainda não foi concluído.

Clique AQUI e assista a reportagem.

Acidente

Segundo relato do piloto na época ao Corpo de Bombeiros, o helicóptero perdeu potência pouco depois de decolar do aeroporto de Rio Preto. O piloto disse na época que tentou fazer um pouso forçado em uma propriedade próxima ao aeroporto. Ao se aproximar do solo, o aparelho bateu em uma árvore, caiu sobre a cerca que separa o estabelecimento da calçada e ficou tombado. "Uma parte dele bateu em uma árvore. O aparelho caiu sobre a cerca e um recuo da calçada. Ele ficou tombado para o lado direito", disse o major Paulo César Berto, na época.


Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba - Fotos: Reprodução / TV Tem

Ministério da Defesa e ufólogos abrem canal para troca de informações sobre óvnis


Motivado pelo grande número de pedidos sobre arquivos envolvendo óvnis –objetos voadores não identificados - apresentados com base na Lei de Acesso à Informação, o Ministério da Defesa abriu ontem (18) o primeiro canal de comunicação com estudiosos sobre o assunto, chamados ufólogos, em reunião ocorrida na capital federal.

"Foi uma reunião super-histórica e inédita, não só no Brasil como em todo o mundo. Nunca um ministério da Defesa recebeu ufólogos para debater o tema", disse à Agência Brasil o editor da revista UFO, Ademar José Gevaerd.

Segundo o coronel da Aeronáutica Alexandre Emílio Spengler, responsável pelo Serviço de Informações ao Cidadão do Ministério da Defesa, o tema é, disparado, o mais buscado entre os cidadãos que fazem uso da Lei de Acesso à Informação para pedidos dirigidos à área militar, o que acabou dando mais relevância à abertura de diálogo entre governo e estudiosos.

"Até o momento foram 107 pedidos. Só para a Força Aérea foram feitas 65 solicitações. Em segundo lugar, com apenas 27 pedidos, estão as informações sobre remuneração de militares", informou à Agência Brasil o coronel.

Os ufólogos ficaram otimistas com a recepção. "As autoridades deixaram claro que o ministro [da Defesa] Celso Amorim respeita a ufologia e o trabalho dos ufólogos, e que vão levar adiante a ideia de estabelecer, com a Comissão Brasileira de Ufólogos, um canal de comunicação para alcançarmos, sem obstáculos ou desvios, as três Forças Armadas, sempre que precisarmos de informações sobre o assunto", disse Gevaerd.  

Os entendimentos iniciados com o governo brasileiro serão divulgados mundialmente pelos estudiosos brasileiros. "Isso será informado a ufólogos de todo o mundo na semana que vem, quando participaremos do Congresso Mundial de Ufologia em Washington. Sem dúvidas, todos os holofotes estarão sobre o Brasil", acrescentou.

De acordo com o Ministério da Defesa, dos 107 pedidos de informação relacionados a óvnis, 26 foram deferidos e resultaram na entrega de algum tipo de documento ao solicitante. Os demais foram negados. 

"Todos negados, até o momento, o foram por não termos a informação ou por ela ainda estar sob sigilo", explicou Spengler. Segundo ele, há a possibilidade de o sigilo estar justificado pelo fato de envolver "assuntos relacionados à segurança nacional". Alguns deles, classificados como secretos ou ultrassecretos.

O Comando da Aeronáutica já entregou os documentos não classificados relativos a óvnis ao Arquivo Nacional, por determinação de uma portaria. Há, segundo a Defesa, alguns documentos do Exército que não foram entregues porque foram extraviados.

"O Exército já admitiu que parte dos documentos pode ter sido destruída, o que de fato era permitido por um decreto de 1977 [Decreto 79.099], que permitia a destruição de documentos sigilosos, bem como de eventuais termos pedindo a destruição", informou Spengler. Segundo ele, não há estimativas sobre o número de documentos destruídos sob respaldo do decreto.

Entre os documentos mais solicitados pelos ufólogos, mas ainda sem resposta, está o da Operação Prato, ocorrida no município de Colares (PA), na década de 70, em que militares da Aeronáutica fizeram uma operação tendo por base relatos de cidadão da região sobre avistamentos de objetos luminosos. Segundo os ufólogos, durante o episódio, médicos atenderam a diversas vítimas de queimaduras causadas pelos óvnis.

A expectativa é que, a partir do próximo 1º de junho e no máximo até a mesma data do ano que vem, após seguir os trâmites legais, as autoridades comecem a divulgar informações sobre casos como este.

Em nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério, Ari Matos, disse que as informações que ainda não se tornaram públicas são exceções, e que a regra geral é "disponibilizar todos os documentos". Segundo ele, alguns casos ainda têm que obedecer ao prazo legal, "mas isso é uma questão que em breve será solucionada".

Fonte: Pedro Peduzzi (Agência Brasil) via UOL Notícias - Foto: Ministério da Defesa

Por que viajar de avião dá dor de cabeça?

Pesquisa mostra o motivo da dorzinha incômoda

Para muita gente, viajar de avião dá uma tremenda dor de cabeça. Literalmente. Tanto é assim que pesquisadores sugeriram que o incômodo pode ser considerado um novo subtipo de dor de cabeça. 

Embora não se conheçam as causas, especula-se que o gatilho seja a mudança de pressão na cavidade sinovial.

De curta duração, ela aparece, principalmente, durante a decolagem e o pouso e costuma passar cerca de 30 min depois.

Fonte: Lygia Haydée (sportlife.terra.com.br)

Cresce demanda mundial por aeronaves militares de fabricação russa


As posições da Rússia no mercado mundial de armamentos são particularmente fortes no segmento de aviação militar. Aviões como o Su-30 e o MiG-29 são bem conhecidos em muitas regiões do mundo, especialmente no Sudeste Asiático.

A demanda por aeronaves militares de produção russa mantém-se através do surgimento de clientes como Argélia, Venezuela, Malásia, Vietnã, Uganda, Indonésia. Esta lista irá, provavelmente, incluir dentro em breve também Bangladesh. Fornecimentos de aviões Yak-130 para este país podem começar em 2015. 

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Criptografia quântica é transmitida para avião em pleno voo

O avião usado no experimento e o telescópio móvel, situado na base da aeronave, capaz
 de rastrear automaticamente a posição da estação terrestre - Imagem: Uni-Muenchen

Mira quântica

Pela primeira vez, códigos de criptografia quântica foram transmitidos não apenas ao ar livre, mas entre uma estação terrestre e um avião em pleno voo.

A criptografia quântica promete comunicações e troca de dados totalmente seguras, mas seus esquemas de funcionamento tipicamente são sensíveis e restritos a ambientes de laboratório muito controlados.

Tal como a criptografia clássica, a criptografia quântica exige a troca de uma chave entre quem envia e quem recebe a mensagem, para que esta possa ser decodificada - a diferença é que o esquema quântico garante a segurança da distribuição dessa chave.

Enquanto a comunicação atual se faz por meio de bits clássicos, a criptografia quântica utiliza os estados quânticos de partículas individuais de luz, ou fótons.

Como os estados quânticos dos fótons são muito frágeis, qualquer espião que tente decodificar seu conteúdo vai alterar de tal forma as propriedades de cada fóton que a tentativa será prontamente denunciada.

O telescópio na estação em terra, com um sistema de rastreamento que utiliza raios laser e
 câmeras para se conectar com o avião durante o voo - Imagem: Uni-Muenchen

Criptografia quântica via satélite

Os físicos da Universidade Ludwig-Maximilians, na Alemanha, conseguiram fazer com que tudo isto funcionasse em uma das condições mais desafiadoras que se pode imaginar - enviando os fótons codificados através da atmosfera, para um avião em pleno voo.

Para garantir que os fótons enviados do avião chegassem até a estação em terra, a equipe usou uma espécie de telescópio ultrapreciso, formado por um conjunto de espelhos móveis, capaz de se ajustar continuamente para anular os efeitos da turbulência e das vibrações mecânicas do avião.

"Isto demonstra que a criptografia quântica poderá ser implementada como uma extensão dos sistemas atuais," disse Sebastian Nauerth, idealizador do experimento.

O próximo passo será testar a transmissão de informações quânticas entre uma estação em terra e um satélite no espaço, o que deverá disseminar de vez o uso da criptografia quântica.

Bibliografia:
Air-to-ground quantum communication
Sebastian Nauerth, Florian Moll, Markus Rau, Christian Fuchs, Joachim Horwath, Stefan Frick, Harald Weinfurter
Nature Photonics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nphoton.2013.46

Avião movido a energia solar que vai atravessar os EUA é testado

Aeronave 'Solar Impulse' deve voar de São Francisco a Nova York.

Testes de voo foram realizados nesta sexta-feira (19) na Califórnia.

Avião 'Solar Impulse' diante de hangar, em momento de testes na Califórnia

Testes com o avião movido a energia solar que deve cruzar os Estados Unidos foram realizados nesta sexta-feira (19) na Califórnia, informa a Reuters. A previsão é que a aeronave experimental "Solar Impulse" comece a travessia do país em maio, indo de São Francisco à Nova York.

O co-autor do projeto, André Borschberg, havia declarado há semanas que a previsão é que a viagem inicie no dia 1º de maio. "Estamos prontos para voar através dos Estados Unidos", declarou Borschberg durante entrevista coletiva.

O avião, de origem suíça, é feito de fibra de carbono e painéis solares instalados nas grandes asas e em parte de outras estruturas, de acordo com a Reuters. Por motivos de segurança, a travessia deve ser realizada em cinco etapas.

"Estamos limitados a voar no máximo 24 horas" devido às condições físicas na pilotagem, disse o co-autor do projeto à AFP. Ele pilotará o avião em em revezamento com Bertrand Piccard, outro criador do "Solar Impulse".

Tecnicamente, a aeronave pode completar o voo sem fazer escalas, mas o trajeto exigiria pelo menos três dias de viagem, o que dificulta muito para um piloto só de uma vez, afirma Borschberg.

Na primeira fase da viagem, o avião seguirá a Phoenix, no estado do Arizona. Em seguida, ele vai passar por Atlanta (Geórgia) e Nashville (Tennessee), entre outras cidades.

Na etapa final, o avião deve chegar ao Aeroporto de Dulles, na região de Washington, em junho, para em seguida ir ao Aeroporto de Nova York, em julho. O avião ficará entre uma semana e dez dias em cada cidade para a visitação do público, de acordo com a AFP.

Lançado há dez anos, o projeto realizou seu primeiro voo em junho de 2009. O Solar Impulse pesa 1,6 toneladas, mas tem uma envergadura de mais de 63 metros, o equivalente a um Boeing 747, segundo agências de notícias.



Fonte: G1 - Fotos: Robert Galbraith/Reuters

EUA aprovam modificações ao 787 Drealiner propostas pela Boeing

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A FAA (autoridade aérea norte-americana) aprovou nesta sexta-feira (19) as modificações propostas pela Boeing para resolver os problemas nas baterias de lítio do avião 787 Dreamliner, modelo que está impedido de voar desde janeiro deste ano.

"A FAA tomou uma nova medida para permitir que o Boeing 787 volte a voar ao aprovar as modificações do sistema de baterias 787 que foram propostas pela Boeing", disse a empresa em um comunicado.

O 787 enfrentou uma série de problemas de superaquecimento em sua bateria no começo deste ano que levaram a FAA a proibir pousos e decolagens da aeronave por tempo indeterminado.

Em fevereiro, a Boeing apresentou ao órgão uma nova versão do equipamento, com um novo sistema de isolamento de células, o que solucionaria os problemas. Desde então, as novas baterias vem sendo testadas.  

Uma das grandes apostas da Boeing, o 787 Dreamliner foi concebido como "o comercial mais avançado do mundo" e apresentado em setembro de 2011, após mais de três anos de adiamentos que custaram milhões de dólares à empresa.

O modelo, que tem preço de tabela de R$ 207 milhões, foi lançado prometendo economia de 20% de combustível graças ao uso de materiais compostos e fibra de carbono.

A Boeing vendeu cerca de 850 unidades do novo avião e 50 deles já foram entregues para empresas do Japão, Índia, Chile, Polônia, Catar e Etiópia e Estados Unidos.

ENTENDA

No dia 7 de janeiro, técnicos da GS Yuasa --empresa japonesa que fabrica a bateria-- foram aos Estados Unidos após um princípio de incêndio provocado por uma bateria de um Boeing-787 da Japan Airlines que pousou em Boston. O problema levou ao vazamento de eletrólitos inflamáveis e emanações de calor e fumaça, segundo a FAA.

Apresentação, em 2007, do modelo Boeing 787 Dreamliner em Everett, Washington (EUA)

No dia 15, um Dreamliner da companhia ANA precisou realizar um pouso de emergência em Takamastu, no sul do Japão, devido a um alarme que apontava a existência de fumaça e pela presença de um forte odor a bordo proveniente da bateria.

Além dos dois incidentes, em duas semanas ocorreram outras cinco avarias em aeronaves japonesas do último modelo da Boeing --o que levou a autoridade aérea norte-americana a iniciar uma investigação do avião.

Após os incidentes, diferentes autoridades aeronáuticas em todo o mundo proibiram toda a frota do Boeing-787 Dreamliner de voar e a Boeing teve de suspender as entregas de novas aeronaves do modelo até que o problema fosse esclarecido.

Fonte: AFP via UOL Notícias - Tangi Quemener/AFP

Acordo milionário encerra disputa de Embraer e Microsoft nos EUA

Um acordo milionário no começo deste mês entre duas gigantes tecnológicas -Microsoft e Embraer- impediu o que poderia ser a estreia da primeira lei de competição injusta dos EUA.

Há um ano, a empresa de Bill Gates acusou a quarta maior produtora de aviões do mundo, com sede no Brasil, de usar programas de computador sem pagar pelas licenças, e de usar produtos "piratas".

Além de notificar a Embraer, a Microsoft fez uma denúncia à Procuradoria Geral de Washington, Estado que em 2011 aprovou o "Unfair Competition Act", lei que pune empresas que utilizam softwares pirateados ou sem licença proibindo-as de fazer negócios em seu território.

O caso não chegou a virar processo. Foi resolvido no último dia 6 de abril, quando a Embraer desembolsou a quantia que a Microsoft lhe pedia, diz a procuradoria geral de Washington.

A Folha apurou que o valor do acordo está na casa dos US$ 10 milhões (cerca de R$ 20 milhões). O lucro líquido da Embraer em 2012 foi de R$ 697,8 milhões. O acordo entre as duas empresas foi feito na fase que precede o processo judicial.

A Embraer nega que usasse tecnologia pela qual não pagava (leia texto nesta página) e diz que o acordo com a Microsoft não teve participação da procuradoria.

"Não podemos comentar especificidades desse caso, mas estamos felizes de dizer que a Embraer tomou todas as medidas apropriadas para o pleno cumprimento da lei", diz a Microsoft em nota.

Caso tivesse ido aos tribunais e fosse condenada, a firma brasileira estaria sujeita a pagar multas e ser proibida de vender aeronaves em Washington e possivelmente em outros 37 dos 50 Estados americanos, que assinaram carta de concordância sobre o tema, disse o procurador-geral do Estado em ofício. 

Correspondência

A Folha teve acesso a três missivas que o procurador-geral de Washington, Rob McKenna, enviou no último ano ao CEO da Embraer, Frederico Pinheiro Fleury Curado.

Na primeira delas, de 10 de maio de 2012, McKenna encaminha uma notificação à sede da Embraer. Explica que a Microsoft lhe enviara uma acusação e um relatório com irregularidades em escritórios da Embraer, nos EUA e em outros países. "Suas ações potencialmente submetem sua empresa a regras federais, além das estaduais", adverte McKenna.

Seis meses depois, em carta de 14 de novembro, o procurador se refere a uma auditoria feita pela Price Waterhouse Coopers, a pedido da Microsoft, que "substancialmente atesta a veracidade das alegações [da denúncia de irregularidade]". "Entretanto, não vimos nenhuma evidência da Embraer que questione as conclusões da Price Waterhouse Coopers ou as evidências em que essas conclusões são baseadas."

A Folha apurou que, entre o material encontrado na auditoria, havia cópias irregulares de pacotes Windows e mais de um computador usando a mesma cópia legal de um programa -o que, segundo a Microsoft, configura apropriação indevida de propriedade intelectual.

Em todas as correspondências, o procurador roga que, se a empresa brasileira tiver provas para se defender, as envie para análise. O órgão estabelece dia 31 de dezembro de 2012 como limite. "Depois deste período, focaremos nas possíveis violações da RCW 19.330 [código da lei de competição injusta]." 

"Estávamos dispostos a fazer a lei valer", diz a porta-voz da procuradoria Janelle Guthrie. "Felizmente, não foi preciso."

"A lei é clara. Se uma empresa viola os termos de competição justa, não pode vender seus produtos dentro do Estado de Washington até se regularizar, comprando as licenças e pagando eventuais multas", diz o advogado americano Robert Dusunowitz.

OUTRO LADO

A Embraer nega que tenha usado software pirata ou sem licença. O acordo selado em 6 de abril com a Microsoft é, segundo a empresa brasileira, "resultado de uma discussão comercial entre cliente e fornecedor sobre a interpretação dos termos de um contrato em vigência, não havendo qualquer vinculação com o chamado 'Unfair Competition Act' [lei da competição injusta]".

Leia o posicionamento da Embraer:

"Não houve nem há qualquer ação judicial contra a empresa movida pela Microsoft, nos EUA ou em qualquer outro país.

Para esclarecer questionamentos feitos pela Procuradoria Geral do Estado de Washington sobre o episódio enquanto as negociações seguiam em curso, a Embraer prestou informações reiterando os termos comerciais da disputa e reafirmando a ausência de relação com o 'Unfair Competition Act'.

A procuradoria, contudo, não teve participação na negociação e/ou na celebração do acordo, que se deu somente entre Embraer e Microsoft como resultado das discussões que já estavam em curso.

Após a assinatura do acordo, a procuradoria, por mera liberalidade, foi comunicada em consideração à presença da Microsoft naquele Estado.

Como muitas outras empresas, a Embraer licencia softwares da Microsoft para suas diversas necessidades de sistemas operacionais e programas de tecnologia da informação -e o faz há décadas, com contratos pelos quais a empresa já pagou milhões de dólares.

Atualmente, a Embraer possui licenças para softwares Microsoft em milhares de computadores em suas unidades de todo o mundo.

A Embraer repudia veementemente qualquer sugestão de que possa ter pirateado ou se apropriado indevidamente de software da Microsoft, sua parceira comercial de longa data.

Esta caracterização é inverídica, enganosa e desprovida de fundamento.

A Embraer atua, em todas as suas relações, de forma idônea e com respeito à legislação."

ENTENDA O CASO

2.mai.2012
Microsoft avisa à Embraer que a empresa brasileira estaria usando seus produtos sem pagar licenças, e denuncia o caso para a procuradoria geral do Estado de Washington.

10.mai.2012
O procurador do Estado de Washington manda ofício para a Embraer dizendo estar atento ao caso.

12.jun.2012
A Microsoft envia um termo de acordo para a Embraer, com todos os programas usados sem licença e o total da dívida.

14.nov.2012
O procurador manda mais uma carta para a Embraer dizendo ter sido informado de que a empresa brasileira rejeitara os termos de acordo da Microsoft.

31.dez.2012
Prazo final para a Embraer apresentar defesa. Procurador anuncia que iria focar "nas possíveis violações da lei de competição injusta do Estado".

6.abr.2013
A Embraer cede e paga o que a Microsoft pedia. A Folha apurou que o acordo esteve na casa dos US$ 10 milhões. 


 Fonte: Chico Felitti (jornal Folha de S.Paulo)